“Já há novas convocatórias para eventos no dia 16 de janeiro. Há tentativas de ataque às infra-estruturas nacionais”, afirmou na sexta-feira o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
Ele especificou que “este, além de ser um crime contra o Estado Democrático de Direito, é, politicamente falando, um crime contra a sociedade”.
Segundo o jornal O Tempo, embora não acreditem que a suposta manifestação tenha a mesma magnitude de 8 de janeiro, que provocou a falência da sede dos três poderes em Brasília, integrantes do governo mantêm esquema reforçado de segurança na região.
Especifica que, desde os atentados daquele dia, com a intervenção na Segurança Pública do Distrito Federal (DF), o Governo mantém grande número de agentes da Polícia Militar e da Força Nacional na esplanada (avenida onde estão localizados em propriedades públicas).
“Mais uma vez vamos ter que mobilizar milhões e milhões de reais para dar segurança às infraestruturas, aos prédios públicos ameaçados por gente que pode e deve esperar pelas eleições de 2026, quando o novo presidente será eleito democraticamente”, disse Dino.
Segundo o inspetor federal Ricardo Cappelli, a área de inteligência do governo ainda está confirmando a veracidade e possível força das manifestações desta segunda-feira, caso ocorram.
“Essa informação do dia 16, nossa inteligência está verificando se realmente vai se confirmar, porque algumas pessoas tentam criar um ambiente de instabilidade. É também uma guerra psicológica”, alertou.
Cappelli convidou a população do DF a ter confiança, pois “estamos atentos. Não há possibilidade de repetir o que aconteceu no dia 8, chance zero”, concluiu.
Anteriormente, o governo federal detectou uma possível ameaça de novos atos antidemocráticos em 11 de janeiro, mas não se concretizou.
Grupos de extrema-direita insatisfeitos com o resultado das eleições de outubro, vencidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, armaram barracas durante dois meses em frente ao quartel-general do Exército na capital federal.
Estimulado pelo discurso de ódio, o acampamento recorreu à violência e serviu de base para os ataques terroristas de 8 de janeiro ao Congresso Nacional, ao Supremo Tribunal Federal e ao Palácio do Planalto, onde fica o Poder Executivo.
Várias linhas de investigação foram abertas nas instituições judiciais para apurar e condenar os autores materiais e intelectuais da tentativa de golpe, marcada a preto na história nacional.
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