Nesta quarta-feira, o Comitê de Ministros, formado pelos chefes das pastas de Meio Ambiente, Saúde, Energia, Mineração, Economia e Agricultura, rejeitou por unanimidade a iniciativa da Andes Iron Company de construir uma usina de extração de ferro e cobre e um terminal marítimo em região de Coquimbo.
Segundo a chefe do meio ambiente, Maisa Rojas, Dominga colocaria em sério risco espécies únicas do arquipélago de Humboldt, onde vivem baleias, pinguins, golfinhos, papagaios e guayacans.
O comitê decidiu aceitar 12 reivindicações relacionadas à vida marinha, poluição da água e qualidade do ar em um dos ecossistemas mais importantes do mundo.
Líderes políticos e sociais, comunidades indígenas, sindicatos de pescadores, empresários do turismo, agricultores e organizações da Humboldt Alliance saudaram a decisão e defenderam a criação de uma área marinha protegida livre de indústrias de alto impacto.
No entanto, algumas autoridades, como o prefeito da cidade de La Higuera, Yerko Galleguillos, rejeitaram a decisão, alegando que a mineradora criaria empregos para aquela comunidade.
Durante o segundo governo da ex-presidente Michelle Bachelet (2014-2018), um conselho de ministros também se pronunciou contra Dominga.
Outro tema que chamou a atenção nesta semana foi a rejeição pelo plenário da Câmara dos Deputados da denúncia constitucional apresentada pelo Partido Republicano, de extrema direita, contra o ministro do Desenvolvimento Social, Giorgio Jackson.
A difamação obteve 76 votos contra 6 abstenções e 68 a favor, longe dos 78 necessários para que avance ao Senado.
A Ministra Secretária Geral da Presidência, Ana Lya Uriarte, agradeceu a todos que se manifestaram contra a ação injusta.
Esta é uma ferramenta para acusar as autoridades quando violam a ordem legal e neste caso não houve mérito legal, disse Uriarte.
A deputada Karol Cariola, do Partido Comunista, chamou o direito de entender que acusações constitucionais, a menos que sejam infundadas, não são a forma de se opor ao governo.
O Partido Republicano acusou Jackson de violação das leis em matéria de compra de terras para populações indígenas, que não é competência do ministro, e de mau funcionamento dos serviços infantis locais, algo que se arrasta há anos e ultrapassa apenas quatro meses em escritório.
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