Os oito principais sindicatos do país, liderados pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) e pela Confederação Democrática Francesa do Trabalho (CFDT), convocaram a mobilização, com a expectativa de superar o número de participantes há 12 dias, estimado em mais de dois milhões.

A rejeição dos sindicatos é unânime ao alargamento da idade legal de aposentadoria de 62 para 64 anos prevista no projeto, que também tem elementos bastante questionados como o aumento do período contributivo para 43 anos a partir de 2027 e a eliminação dos regimes especiais de pensões.

Para além das marchas previstas nesta capital e noutras cidades do país, os sindicatos convocaram uma greve, com paralisações que terão graves repercussões nos transportes públicos, na educação, no setor energético e no funcionalismo público, entre outras áreas da sociedade.

A companhia ferroviária nacional francesa SNCF prevê um Trem de Grande Velocidade (TGV) para cada três e um regional para cada cinco esta terça-feira, enquanto a operadora de transporte público parisiense RATP anunciou que será um dia de trânsito “muito conturbado”, com a maioria das linhas de metrô ativas apenas nos horários de pico.

Por sua vez, a Direção Geral de Aviação Civil pediu às companhias aéreas que reduzissem um voo a cada cinco no aeroporto de Paris-Orly, diante da greve anunciada pelos controladores de tráfego aéreo.

Quanto à educação, o principal sindicato do ensino primário, o Snuipp-FSU, afirmou que metade dos professores vai entrar em greve.

Esperam-se também dificuldades na energia, com pelo menos oito em cada 10 trabalhadores das refinarias e jazidas da petrolífera TotalEnergies em paralisação.

As forças políticas de esquerda apoiam as mobilizações contra a reforma da previdência que será analisada na Assembleia Nacional a partir da próxima segunda-feira.

Apesar da pressão sindical e da rejeição geral ao projeto na população, segundo as sondagens, o Governo insiste que a reforma é fundamental para garantir o equilíbrio do sistema de reformas, dada a alegada acumulação de déficits.

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