Os diretores de Ciência e Inovação do Ministério da Saúde Pública, Ileana Morales, e do Grupo Empresarial Biocubafarma, Rolando Pérez, respectivamente, explicaram os esforços da ilha em termos de pesquisa científica e os motivos pelos quais as autoridades governamentais priorizam essa atividade.
Em seu discurso, Pérez afirmou que o investimento atual visa incorporar e desenvolver produtos e tecnologias com maior eficácia diagnóstica e terapêutica que permitam ao sistema nacional de saúde alcançar os indicadores e padrões existentes em todo o mundo, com a diferença de que em Cuba existe a vontade política para que esses resultados cheguem a toda a população de forma igualitária, enfatizou Pérez.
Além disso, apresentar produtos inovadores com alto potencial de impacto, acrescentou, e esclareceu que esses investimentos em pesquisa e desenvolvimento mal chegam a 10% das despesas operacionais da indústria para atender às demandas de produtos e serviços demandados pelo sistema de saúde.
De forma alguma o poder de investimento é a razão da escassa cobertura de medicamentos e tecnologias, cujas causas estão nas limitações financeiras do país, agravadas pelo bloqueio econômico dos Estados Unidos, apontou Pérez.
No entanto, a ilha tem capacidade tecnológica e capital humano para fazer face à procura do sistema nacional de saúde, pelo que o problema financeiro vai sair sem pôr em causa o futuro da indústria médico-farmacêutica, disse.
Até 2030, Cuba deve produzir 80% dos produtos da lista de medicamentos básicos e 40 milhões de unidades de medicamentos de origem natural, além de introduzir novos produtos para o tratamento de câncer, doenças autoimunes e neurodegenerativas, muitos deles em diferentes estágios de ensaios clínicos.
Entre as perspectivas, citaram também o desenvolvimento de novas vacinas como a antipneumocócica, que já completou os ensaios clínicos, e a médio prazo, outra contra o papilomavírus humano, além de uma contra a dengue, entre o Instituto Pedro Kourí de Medicina e o Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia.
Outros desafios científicos para o sistema nacional de saúde até 2023 são o fortalecimento da rede de 27 laboratórios de biologia molecular, a melhoria da gestão integral dos serviços de saúde e a introdução da saúde digital na atenção primária e nas unidades de terapia intensiva.
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