Por Fausto Triana

Veo Islas é a proposta que reúne artistas cubanos no Espacio Ronda, que em sua primeira edição reúne uma extensa lista de criadores residentes em Cuba ou no exterior, sob o fio condutor da ilustre escritora Loynaz, vencedora do Prêmio Cervantes de Literatura 1992.

A autora de Juegos de agua, Jardín, Carta de amor al rey Tut-Ank-Amen, Poemas sin nombre (1958) e Un verano en Tenerife, entre outros, projeta-se como a inspiração para a exposição que se destaca pelas suas numerosas e multifacetadas criações.

Para sublinhar que o nome de Dulce María Loynaz não é um simples pretexto, os organizadores do Espacio Ronda recorrem ao seu poema Criatura de isla.

Rodeada de mar por todas partes,

soy isla asida al tallo de los vientos…

Nadie escucha mi voz, si rezo o grito:

Puedo volar o hundirme… Puedo, a veces,

morder mi cola en signo de Infinito.

Soy tierra desgajándose… Hay momentos

en que él me ciega y me acobarda, en que el agua es la muerte donde floto…

Pero abierta a mareas y a ciclones,

hinco en el mar raíz de pecho roto.

Crezco del mar y muero de él (…).

Nomes próprios, alguns dos quais já desaparecidos das artes plásticas cubanas, elevam Veo Islas a um patamar primoroso, como Flora Fong, Ernesto Rancaño, Alberto Lezcay, Alexis Parra (Pucho), Alicia Leal, Danay Nápoles, Eduardo Abela, Eduardo Roca (Choco), José Villa Soberón e Liang Domínguez Fong.

Além disso, Janette Brossard, Jorge Perugorría (Pichi), Julio Larramendi, Ketty Díaz, Lesbia Vent Dumois, Nelson Domínguez, Roberto Fabelo, Tomás Sánchez e Vicente R. Bonachea, para citar alguns.

Sobre o conceito de ilha, os curadores apontam que se trata de um estado metafórico e uma marca cultural determinada pela sensação do limite físico, que traz consigo noções de restrição, resiliência e egocentrismo, mas também uma necessidade perpétua de transgredir a fronteira natural.

Um convite sugestivo que parece a primeira grande festa de 2023 da arte e da fotografia cubana em Madrid, a partir de amanhã, segunda-feira.

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