O diretor geral da Agência de Desenvolvimento do Vale do Artibonite (ODVA), Frantz Jean Mary, pediu às autoridades que encontrassem uma solução duradoura para a crise recorrente do acesso ao precioso líquido e lembrou que os agricultores tinham que fazer enormes sacrifícios para comprar sementes, fertilizantes e pagar pelos serviços daqueles que plantam.
A Companhia Haitiana de Eletricidade (EDH), que administra a barragem de Péligre, informou no início deste mês que não consegue fornecer os 40 metros cúbicos por segundo de água necessários para irrigar 28.000 hectares de plantações de arroz.
Na verdade, EDH indicou que os baixos níveis de água na barragem como resultado da seca são a principal causa da baixa geração de energia que tem a capital e uma grande parte do país na escuridão.
Entretanto, Jean Mary insistiu na necessidade de encontrar respostas, pois o Vale Artibonite produz 80 por cento do arroz do país.
Além disso, ele apontou a necessidade de implementar obras de reparo da bacia hidrográfica, reabilitar a barragem de Péligre, assim como manter e revestir as redes, estruturar e treinar irrigadores, e escolher e divulgar um novo plano e calendário de cultivo.
A seca tem como pano de fundo o agravamento da insegurança alimentar que afeta cerca de 4,7 milhões de haitianos, enquanto 1,8 milhões se encontram em fase de emergência.
Além disso, a inflação dobrou os preços das commodities básicas, empurrando centenas de milhares de pessoas para a pobreza e a fome.
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