García Luna foi considerado culpado ontem em Nova Iorque por tráfico de drogas e outros quatro crimes relacionados e em junho o tribunal proferirá uma sentença entre 20 anos e prisão perpétua, e no mesmo dia três juízes mexicanos liberaram suas contas congeladas em favor de sua esposa apesar de sua origem ilegal, denunciou López Obrador enquanto exigia que esta decisão fosse investigada.
Em entrevista coletiva matinal, ele lembrou que, na ocasião, definiu três possibilidades em relação à situação do ex-presidente Felipe Calderón, que hoje tentou se distanciar de seu homem de maior confiança.
A primeira, disse, é que tudo foi uma invenção, ele era inocente e Calderón não precisava se preocupar, mas isso foi eliminado, ele é culpado. A segunda, que García Luna é o responsável, culpado, mas Calderón não sabia. E terceiro, o preso é totalmente responsável com o consentimento do ex-presidente.
Assim, a este último só tem duas hipóteses, mas não as responde com suas declarações de ontem tentando fugir de García Luna, repetindo os mesmos argumentos para justificar o massacre que está sacudindo o país: que ele enfrentou a violência criminosa.
O que ele respondeu ontem, disse López Obrador, não tem nada a ver com o assunto, sai pela tangente, pelo que já sabemos sobre sua suposta guerra ao narcotráfico, que fracassou e desnudou a violência que estamos tentando deter.
“Tudo isso é anedótico, porque a questão subjacente é qual é a explicação que ele e Fox vão dar ao povo do México sobre por que eles nomearam García Luna e se eles sabiam ou não dos crimes que ele cometeu impunemente, é o que queremos, o que conta, a explicação que esperamos”, apontou.
Ele esclareceu que ainda existe a possibilidade, agora que foi considerado culpado, de García Luna testemunhar e falar. “Diria que para o bem do país espero que o faça, que informe se recebeu ordens ou informou os ex-presidentes, tanto Fox como Calderón, de seus delitos, e quais eram seus vínculos com as autoridades dos Estados Unidos cujas autoridades de segurança, inclusive, o premiaram”.
Ele explicou que no julgamento ninguém falou sobre o plano de venda e tráfico de armas dos Estados Unidos para o México chamado Velozes e Furiosos que serviu para alimentar o Cartel de Sinaloa e outros grupos do crime organizado no México, que Calderón pactuou com Washington através de Genaro Garcia Luna.
“É impossível, disse ele, que Calderón não soubesse o que estava por trás de Velozes e Furiosos porque se tratava de uma ação concertada, e César Castro, advogado do réu, não trouxe ao tribunal quando era algo elementar a favor de seu cliente”, disse ele.
“Vamos esperar até junho quando sairá a sentença, porque sairão mais informações sobre a suposta associação criminosa entre autoridades e criminosos, e esperamos que Calderón e Fox o façam antes de García Luna”.
Ele voltou a insistir na decisão ilegítima dos três juízes de devolver o dinheiro a García Luna por meio de sua esposa e considerou que o Judiciário deveria se pronunciar sobre esse assunto degradante. “Espero que deem uma coletiva de imprensa, façam um boletim ou uma declaração sobre esse ato imoral”, disse.
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