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Fuga de capitais cresce em Israel por medo de polêmica judicial

Fuga de capitais cresce em Israel por medo de polêmica judicial

Jerusalém, 25 de fevereiro (Prensa Latina) 20 porcento das empresas estão pensando em tirar seu dinheiro de Israel ou já o fizeram por medo das consequências de uma polêmica reforma judicial promovida pelo governo de extrema-direita, revelou hoje o Canal 12.

News informou uma pesquisa realizada pela Business Data Israel, provedora de informações empresariais, com mais de 900 empresas de diversos setores presentes neste país.

De acordo com a pesquisa, quase 60 porcento deles relataram que sua renda foi afetada pelo medo dos mercados e pela desvalorização do shekel (moeda local), o que encareceu as importações e, portanto, os preços neste país.

Precisamente, no final de janeiro, durante uma reunião com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, vários empresários o alertaram de que isso aconteceria.

A fuga de capitais já começou, “ainda não é uma escala dramática, mas estamos preocupados que este seja o começo da tendência”, disse então o diretor executivo do Bank Hapoalim, Dov Kotler, durante a reunião.

O governador do Banco de Israel (entidade emissora), Amir Yaron, alertou os ministros há dois dias que uma crise econômica pode estourar a qualquer momento devido à reforma do Judiciário, que assustou investidores e empresários.

“Um (efeito) bola de neve pode começar”, admitiu a economista-chefe do Ministério das Finanças, Shira Greenberg, durante uma reunião de gabinete para tratar do assunto, observou o jornal The Times of Israel.

A reforma provocou um terremoto político em Israel, onde amplos setores da sociedade iniciaram mobilizações e protestos em repúdio ao plano, embora o governo encabeçado por Benjamin Netanyahu tenha continuado com seu plano.

De acordo com o projeto apresentado pelo ministro da Justiça, Yariv Levin, a iniciativa restringiria a capacidade do Supremo Tribunal de rejeitar leis devido à chamada ‘cláusula de anulação’, o que permitiria ao Parlamento relegislar regulamentos contestados por aquele corpo.

Também daria ao executivo controle total sobre a seleção de juízes, impediria o tribunal de usar um teste de razoabilidade para julgar a legislação e as decisões do governo e permitiria que os ministros nomeassem seus próprios assessores jurídicos.

Esta semana, Jacob Frenkel, ex-chefe do Banco de Israel, também entrou na onda de críticas e alertou para as consequências negativas para a economia. “Acordem antes que o país entre em colapso” por causa dessa reforma irresponsável, disse.

Mais de 50 importantes economistas de universidades americanas, incluindo 11 ganhadores do Prêmio Nobel, também criticaram o plano.

ymr/rob/glmv

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