A pesquisa do Instituto de Estudos Peruanos (IEP) registrou uma desaprovação de 77 por cento para a chefe do Executivo e 90 por cento para a maioria do Congresso de direita que a apoia, enquanto 73 por cento pedem a renúncia de Boluarte.
A ex-primeira-ministra Mirtha Vásquez destacou que os números da pesquisa determinam que Boluarte deve renunciar, porque sob seu governo o Peru é “um país com a democracia em ruínas”.
Acrescentou que os principais poderes do Estado foram visivelmente capturados e a população está polarizada e com graves problemas desassistidos.
“Os 6% governam”, disse o secretário-geral do Partido Comunista-Pátria Roja, Arturo Ayala, sobre o escasso apoio dado na pesquisa no Parlamento apoiando o presidente.
O líder acrescentou que o Legislativo constitui “uma minoria absoluta embriagada de poder”.
A parlamentar progressista Ruth Luque concentrou sua opinião na precariedade da aprovação do Congresso e acrescentou que seus membros, com tão pouco respaldo cidadão, bloqueiam o avanço eleitoral reivindicado pela maioria dos cidadãos, blindam um governo repressor e ameaçam os que protestam.
“Este Congresso não representa mais ninguém e a população diz isso”, acrescentou Luque.
O porta-voz do grupo centrista Coalición Ciudadana, Álvaro Henzler, comentou que o Governo e o Congresso “parecem ser institucionalmente fortes, quando, na realidade, relatam os mais altos níveis de rejeição cidadão”.
“Estamos em uma democracia cada vez mais insustentável. Já estamos numa espécie de entulho institucional”, afirmou.
Aos problemas do governo acrescentou o uso desproporcional da força contra os protestos – que exigem a renúncia de Boluarte- e “a aprovação de contra-reformas, como no caso do ensino universitário, e quase não vemos saída”, afirmou.
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