O início da chegada de delegações das 13 províncias da região sul andina de Puno, a de maior participação nas manifestações iniciadas em 7 de dezembro, se chama “A Segunda Tomada de Lima”.
Tal nome refere-se à primeira chegada de quíchuas e aimarás andinos, em 19 de janeiro, que marcharam em Lima por vários dias com o apoio de organizações sociais, partidos progressistas e moradores de bairros pobres que se preparam para recebê-los.
Anteriormente, em cada uma das províncias de Puno, foram feitas arrecadações de fundos e outras contribuições para pagar o deslocamento dos manifestantes para a capital.
O presidente da Frente Aymara de Defesa e Recursos Naturais de Puno, Edgar Chura, negou categoricamente as versões da polícia vazadas para a imprensa que atribuem aos manifestantes a intenção de ocupar instalações estratégicas e chegar até a casa do presidente Boluarte.
O ministro da Defesa, Jorge Chávez, por sua vez, disse que os relatórios de inteligência dão conta da preparação da viagem, para a qual está sendo convocado o maior número possível de pessoas, segundo disse.
Sobre as marchas anunciadas, ele reconheceu que são um direito constitucional e estão autorizadas, mas o fato de que “ações violentas de degeneração” sejam realizadas é outra coisa, disse ele.
Chávez confirmou a postura do governo que considera os protestos um problema de ordem pública, ao afirmar que “a Polícia está tomando todas as precauções”.
Ele sustentou que os atos de violência registrados em manifestações anteriores teriam o “objetivo de viés político de desestabilizar a ação do governo”.
Segundo Chávez, os atos violentos são liderados pelo ex-presidente Pedro Castillo, preso após sua demissão, e pela líder camponesa Lourdes Huanca, pelo que o governo tomou medidas para que o ex-presidente coordene as mobilizações da prisão, onde está em prisão preventiva detenção. .
Apesar dos argumentos do governo, uma pesquisa divulgada ontem indicou que 58 por cento dos consultados se identificam com os protestos, 55 por cento acreditam que as mobilizações vão conseguir avanços eleitorais e 51 por cento que conseguirão a renúncia do presidente Boluarte.
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