Em declarações à comunicação social, publicadas hoje no site do jornal Giornale di Puglia, o presidente alegou que é falsa a acusação de descaso por parte das autoridades de imigração italianas a um alerta de naufrágio iminente por parte da Agência Europeia de Guarda de Fronteiras e Costas (Frontex).
“Não fomos avisados de que esta embarcação corria o risco de afundar”, afirmou Meloni, ao anunciar que a próxima reunião do Conselho de Ministros, na qual serão debatidas as questões migratórias, terá lugar simbolicamente na localidade de Cutro, no província calabresa de Crotone, onde ocorreu a tragédia.
Piotr Switalski, porta-voz da Frontex, disse este domingo ao jornal Corriere de la Sera que esta agência fez o que devia ao denunciar a presença da embarcação que navegava rumo a Itália no mar Jónico “sem dar sinais de perigo” mas com várias pessoas a bordo.
Por seu lado, outra porta-voz daquela entidade, Katarzyna Volkmann, disse àquele jornal que “a classificação de uma ocorrência como busca e salvamento, segundo as normas internacionais, cabe às autoridades nacionais” e, portanto, neste caso, à Itália.
Na madrugada de 26 de fevereiro passado, uma embarcação de apenas 20 metros de comprimento afundou na praia de Crotone, em Steccato di Cutro, com cerca de 180 migrantes a bordo, a maioria do Paquistão, Sri Lanka e Afeganistão, que partiram por três dias das margens de Izmir, na Turquia.
Apenas 79 sobreviveram, enquanto 69 perderam a vida e as equipes de resgate ainda procuram por mais de trinta desaparecidos.
Giuseppe Capoccia, promotor provincial, anunciou que após as investigações iniciais, três supostos traficantes de pessoas foram capturados, um cidadão turco e dois paquistaneses, um deles menor de idade, acusados de ajudar e incitar a imigração, naufrágio culposo e homicídio culposo.
Em comunicado divulgado no site oficial da Presidência do Conselho de Ministros algumas horas após o naufrágio, Meloni expressou seu “profundo pesar pelas muitas vidas humanas abreviadas por traficantes de seres humanos”.
Apontou naquela nota que “é desumano trocar a vida de homens, mulheres e crianças pelo preço da passagem por eles paga sob a falsa perspectiva de uma viagem segura” e enfatizou, com base neste caso, o objetivo de aplicar novas medidas para evitar saídas.
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