Com uma dispensa de procedimentos para evitar a análise e debate da matéria, a maioria dos deputados do NI revogou nesta quarta-feira o artigo 291-A do Código Eleitoral, que regulamentava que não poderiam ser feitas reformas quando houvesse menos de um ano antes das eleições, como é o caso atual.
Proposta pelo chefe da facção NI no Parlamento, Christian Guevara, a eliminação foi aprovada com dispensa de burocracia, mecanismo que a maioria do fórum utiliza para aprovar medidas “sem discussão ou análise técnica”.
Os críticos sustentam que a justificativa do governista para a revogação foi dizer que o artigo dificultava a possibilidade de gerar reformas que garantissem o direito de voto do cidadão, mas sem citar exemplos de que tipo de reformas.
Uma abordagem do assunto feita pelo jornal La Prensa Gráfica (LPG) assegurou que a aprovação expressa da repressão ativou o alerta na oposição e nas organizações da sociedade civil por vê-lo como o primeiro passo para a aprovação de normativas destinadas a favorecer o partido no poder nos processos eleitorais de 2024.
Nesse sentido, porta-vozes da oposição alertam que o partido no governo está promovendo a narrativa de redução tanto do número de municípios quanto de deputados.
A ideia enviada ao Parlamento pelo presidente Nayib Bukele visa reduzir os 262 municípios dos 14 departamentos do país para cerca de 50, segundo relatos.
Chama a atenção que o prazo para fazer reformas eleitorais encerrou-se em 4 de fevereiro, para cumprimento do artigo 291-A do Código Eleitoral, considerado uma trava para impedir esse tipo de ação.
“Com a eliminação da medida, volta a ser possível a possibilidade de reduzir o número de municípios, assim como de deputados; assim como qualquer outra iniciativa eleitoral que o partido no poder apresentar, independentemente do tempo que demore para as eleições.”, observou a valorização do GLP.
Eduardo Escobar, director da Acción Ciudadana, citado pelo jornal, avaliou que a maioria dos deputados que o partido no poder tem na Assembleia já lhe permitia aprovar qualquer regulamentação à margem das leis, mas que a revogação lhe dá a possibilidade de evitar denúncias de ilegalidade no que vier
Outras vozes apontam que o partido do governo tem medo das regras eleitorais que o levaram ao poder, porque precisa se manter no poder e tem medo das regras que regem os processos.
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