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Rejeitam na França por uma margem estreita uma moção contra o Governo

Rejeitam na França por uma margem estreita uma moção contra o Governo

Paris, 20 mar (Prensa Latina) A oposição francesa estava a apenas nove votos da aprovação na Assembleia Nacional de uma moção de censura para derrubar o Governo por sua decisão de aprovar a reforma da aposentadoria sem sufrágio parlamentar.

A reivindicação apresentada pelo grupo Libertades, Independentes, Overseas and Territories (LIOT) recebeu o apoio de 278 deputados na câmara, dos 287 necessários para a maioria absoluta e a queda da primeira-ministra Elisabeth Borne e seu Gabinete.

Como era de se esperar, o bloco de esquerda, formado por insubmissos, socialistas, comunistas e ecologistas, e a extrema-direita (Agrupación Nacional) acompanharam a iniciativa, assim como parte dos conservadores dos Los Republicanos, partido que tinha nas mãos o destino do governo.

A moção de censura apresentada na Assembleia pela extrema-direita, que tem muito menos chance de sucesso, ainda precisa ser votada.

A oposição rejeita a reforma e o seu alargamento da idade legal de reforma de 62 para 64 anos, e a forma do partido no poder de a concretizar, recorrendo ao n.º 3 do artigo 49.º da Constituição, evitando a votação na Assembleia Nacional, onde não já não tem a maioria absoluta.

Desde o início da Quinta República, em 1958, apenas uma vez, em 1962, sob a gestão do General Charles de Gaulle, uma moção desse tipo teve sucesso em sua tentativa de derrubar o Governo. Na apresentação do recurso pelo LIOT, o deputado centrista Charles de Courson acusou o Executivo de usar a força e evitar o debate parlamentar com o uso do 49.3, e insistiu que o projeto de aposentadoria não deu certo.

Igualmente, afirmou que o Governo está alerta para as consequências do recurso ao polémico artigo, cuja activação na quinta-feira desencadeou novos protestos, com episódios de violência, sobretudo nesta capital.

Outros deputados da oposição, como Laure Lavalette (Grupo Nacional) e Mathilde Panot (La Francia Insumisa), criticaram tanto a reforma quanto o recurso utilizado para adotá-la.

Durante o debate que antecedeu a votação, Aurore Bergé, parlamentar do partido governista Renascimento, avaliou que as moções visavam paralisar o país e bloquear suas ruas.

Por seu lado, a Primeira-Ministra Borne defendeu a utilização do n.º 3 do artigo 49.º, afirmando que “não foi invenção de um ditador” e afirmando que o Governo promoveu consultas sobre a reforma da reforma, também atacada pela oposição e sindicatos para aumentar o período contributivo e eliminar os regimes especiais de aposentadoria.

ro/wmr/jd

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