26 de November de 2024
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México calmo antes de crise bancária nos EUA, mas alerta

México calmo antes de crise bancária nos EUA, mas alerta

Por Luis Manuel Arce Isaac

Cidade do México, 21 mar (Prensa Latina) México está tranquilo tendo em vista a crise bancário nos Estados Unidos devido às falências do Vale do Silício e do Signature Bank, mas alerta devido à deterioração dos balanços dos bancos vizinhos.

Porta-vozes do setor alertam que o Silício só pode ser a ponta do “iceberg” e, embora o Tesouro e os bancos comerciais privados não manifestem nervosismo, a bolsa nacional registrou intensa volatilidade em seus últimos dias.

O dólar começou a semana ligeiramente em alta no mercado monetário do país, sendo que no mercado internacional o peso mexicano opera com ligeira pressão, desvalorizando 0,32%, equivalente a 5,8 cêntimos, ao oscilar em torno dos 18,94 para o bilhete verde.

Roger Lowenstein, jornalista financeiro do The New York Times, está convencido de que a causa do susto causado pelos dois bancos é a inflação.

Ele explicou que a Silicom tinha muitos ativos em títulos fixos de longo prazo e despencou quando a inflação levou o Federal Reserve a aumentar as taxas de juros, o que aumentou o custo de retenção de depósitos.

O resgate cobriu todos os titulares de contas em uma reviravolta importante, mas os bancos provavelmente repassarão os custos aos clientes, e ele esclareceu que o resgate não fez nada para resolver a condição que alimentou a instabilidade financeira: a inflação, mas pode exacerbá-la.

É perigoso que a falência tenha afetado os bancos suíços, conhecidos por sua estabilidade, por isso o colapso do Credit Suisse (maior que os dois americanos juntos) e seu casamento forçado com o Union of Swiss Banks (UBS) causou comoção dentro e fora da Europa país.

Os sinais de aviso nos bancos centrais ainda estão acesas.

A incidência do conflito na Ucrânia nesta crise não pode ser ignorada crise financeira imprevista e a decisão do presidente Joe Biden de não aceitar a paz proposta pela Rússia e China.

Isso explodiu quando as despesas militares dos Estados Unidos aumentaram superlativamente, seu enorme orçamento favorece os magnatas do Complexo Militar-Industrial e as receitas da venda de petróleo, combustível e gás – explodindo o gasoduto Nord Stream – registram cifras máximas esse benefício para o banco

O Vale do Silício, para alguns comentaristas, está alertando para coisas feias na estrutura do sistema, um anúncio de que algo está errado e pode ser devido à existência de uma relação perversa entre guerra, petróleo e inflação.

A preocupação é enorme, ainda que tentem fingir o contrário e digam que o perigo de uma corrida aos bancos dos usuários, como já aconteceu em outras crises, é conspirado com o resgate.

Donald Trump já está tirando sarro da situação com uma linguagem apocalíptica em sua campanha eleitoral antecipada, sobre o futuro financeiro do país e a inflação que, garante, pode resolver, sem se preocupar em provar, mas sabendo que os conservadores acreditarão nele.

México sente-se fora dessa maré devido ao fortalecimento de sua moeda, crescentes investimentos estrangeiros diretos que podem aumentar com o nearshoring (deslocamento industrial), mas Sobre sua cabeça paira como a espada de Dâmocles seus estreitos laços financeiros, comerciais e até industriais com os Estados Unidos, além dos compromissos assumidos no Acordo de Livre Comércio, que inclui o Canadá.

O mesmo não acontece com a Europa e a Ásia, que estão prendendo a respiração pelo que pode vir e se apressaram em acertar com o Federal Reserve medidas de proteção para evitar o contágio com os bancos centrais do Canadá, Reino Unido, Japão, Suíça e União Europeia.

Todos eles concordaram na semana passada com um uso mais dinâmico do sistema SWAP diariamente e não semanalmente para facilitar o acesso a financiamento em dólares para que os mercados não entrem em convulsão devido à falência que já se espalhou para o Credit Suisse, e para reduzir as tensões nos mercados de financiamento e crédito.

Questionado sobre essa situação, o presidente Andrés Manuel López Obrador descartou que o México corre perigo porque seu sistema financeiro se fortaleceu muito, embora tenha admitido o prejuízo da inflação e tenha convocado uma reunião presidencial de uma dezena de governos latino-americanos e caribenhos para buscar soluções conjuntas.

mgt/lma/ls

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