O portal R7 garante que sexta-feira foi o prazo para angariar apoios e o pedido recebeu o aval de 38 senadores, mas caiu para 15 após a posse dos novos deputados e a desistência de alguns convencidos.
As assinaturas dos legisladores que não estão no cargo não foram contadas pelo senado.
Segundo o site, a ação do governo federal, que ofereceu cargos e emendas parlamentares aos senadores que não apoiavam a iniciativa, foi decisiva.
A ideia de criar a CPI partiu da senadora Soraya Thronicke, que reuniu o número necessário de assinaturas em janeiro.
Ela chegou a entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para que o chefe do Senado, Rodrigo Pacheco, determinasse a abertura da reunião de inquérito.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é contra a CPI e até o fundador do Partido dos Trabalhadores criticou a tentativa de abertura da comissão.
Senadores da base de Lula chegaram a endossar o pedido de Thronicke em janeiro, mas depois mudaram de avaliação.
O entendimento é que um CPI pode servir de palco para a oposição e de instrumento para que parlamentares simpatizantes do presidente derrotado Jair Bolsonaro preguem alguma responsabilidade do governo do PT no caso.
A ação da CPI visa investigar os atentados aos prédios dos Três Poderes perpetrados no dia 8 de janeiro, em Brasília.
Com apelos à intervenção militar e rejeição à posse de Lula, grupos radicais a favor de Bolsonaro realizaram ações antidemocráticas.
Naquela data, marcada na história nacional, extremistas de direita invadiram e saquearam violentamente as sedes do Congresso Nacional, do STF e do Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo.
Em razão dos fatos, a Polícia Federal (PF) cumpriu nesta sexta-feira 46 mandados de busca e apreensão e 32 mandados de prisão preventiva em nove estados e no Distrito Federal.
Foi a oitava fase da chamada Operação Lesa Pátria, que investiga pessoas que participaram, financiaram ou se omitiram dos ataques golpistas.
Segundo a PF, os crimes investigados são abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bens especialmente protegidos.
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