Sob a liderança do jornalista Xavier Rosell, o circuito de Lorca em Cuba acontecerá de 2 a 12 de agosto de 2023, com escalas nas cidades de Havana, Pinar del Río, Cienfuegos, Villa Clara e Matanzas e estadias nos hotéis que 93 anos atrás anos abrigou o poeta.
O projeto nasceu após a publicação do livro Se me perco, de Víctor Amela, editado pela editora Destino da Editorial Planeta, que narra os 98 dias que García Lorca viveu na maior das Antilhas em 1930, explicaram os organizadores durante apresentação do percurso.
O circuito será operado pela agência Kareba Viatges e será guiado por Amela e Rosell, que se encarregarão de aproximar os participantes dos locais visitados pelo escritor e que serviram de inspiração para obras como o poema Son de negros em Cuba.
Também se juntarão à iniciativa os escritores e intelectuais cubanos Ciro Bianchi Ross, Urbano Martínez Carmenate e Luis Machado Ordext, que se encarregarão de oferecer palestras informativas, detalharam os organizadores.
Entre as atrações do circuito, destacam-se a degustação do cardápio escolhido pelo poeta no hotel Inglaterra, o passeio pela Ciénaga de Zapata e sua fazenda de crocodilos e as visitas ao Vale de Viñales, cuja beleza seduziu Lorca, a ermida de Montserrate e cidades do centro do país.
Como evocação da passagem pela ilha do autor de La Casa de Bernarda Alba, está também prevista a produção de um documentário, que sob a assinatura dos cineastas José Antonio Torres, Antonio Manuel Rodríguez e Marcelo Ripado pretende oferecer uma visão contada pelos cubanos.
A proposta é narrar a partir de uma companhia de teatro que representará uma peça sobre a passagem do poeta pela nação caribenha, e na medida em que visitam lugares por onde ele esteve, intercalam entrevistas com pesquisadores locais, explicaram recentemente à imprensa os gestores do audiovisual Latina.
“Queremos mostrar que Federico conheceu uma legião única na história de Cuba, a dos anos 1930… ele se moveu entre a elite, mas também conheceu os mais vulneráveis que são justamente o espelho onde ele se reconhece”, explicou Rodríguez
“A viagem de Lorca a Cuba é uma viagem a si mesmo, ele se conhece muito melhor aqui, se sente mais livre do que nunca, mais feliz do que nunca”, disse o roteirista, ao destacar a importância da ilha como espaço de descoberta e resistência.
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