22 de November de 2024
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Correa: Pobreza e desigualdade Questões da esquerda latino-americana

Correa: Pobreza e desigualdade Questões da esquerda latino-americana

Brasília, 3 abr (Prensa Latina) O ex-presidente do Equador Rafael Correa afirmou que as questões centrais da esquerda na América Latina hoje ainda são pobreza e desigualdade, durante entrevista ao jornal Folha de São Paulo.

Correia critica a ênfase que setores da esquerda dar os chamados temas identidade e morais porque consideram que geram divisões e Desviam o foco do que é essencial.

“É um erro colocar isso como central em nossa agenda. Sim, são problemas, devem ser tratados com muito respeito. Mas não resolvemos nem os problemas do século 18, as grandes contradições, a pobreza desigualdade, exploração”, aponta.

O também renomado economista, que esteve no Brasil na semana passada e teve reuniões com movimentos sociais, insiste que se gera “consenso de esquerda, pobreza, desigualdade e deixamos de tentar”.

Acredito mesmo que seja uma estratégia do norte, da direita, colocar estas questões para nos distrair do essencial: “estamos no continente mais desigual do planeta”, frisa. Referindo-se

para a situação de sua nação e À perseguição judicial que sofre, o ex-presidente ressalta que sua situação pessoal não é das mais transcendentais.

“O importante é resgatar o país da tragédia que aconteceu. Destruíram tudo. Tínhamos as melhores estradas da América Latina, hoje não dá para viajar”, diz.

Uma denúncia que deixou o Equador “como o segundo mais seguro da América Latina, 5,6 assassinatos por 100.000 habitantes. Em 2020, foram 24, nos tornamos um dos países mais violentos da região… Os corruptos sempre foram eles Nunca encontraram um centavo desviado, somos gente de mãos limpas”, comenta.

Sobre a nova onda de governos de esquerda na América Latina, Correa Ele destaca que depois da primeira, da qual foi um dos protagonistas, houve “uma forte reação conservadora a partir de 2014, que, por vias democráticas ou não, trouxe o direito ao poder”.

A segunda onda, que está em andamento, é muito maior, mas mais rasa. “É uma onda muito mais heterogênea… Agora vejo muito mais fragilidade nos governos de esquerda. Foram governos com muito apoio popular e maioria no Congresso, agora menor, tendo que fazer coligações. E a oposição também tem mais experiência”.

Sobre o panorama brasileiro, ele considera que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “sempre liderou um governo de coalizão. No entanto, ele também enfrenta adversários com mais experiência e pronto para tudo, como eles mostraram. É difícil governar nessas condições ou pelo menos fazer as coisas que você gostaria de fazer.”

Lula é um dos estadistas mais brilhantes da história da América Latina. Mas obviamente tem um caminho muito tortuoso, cuidado. mem

mem/ ocs/ls

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