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Como os olmecas e maias jogavam bola?

Como os olmecas e maias jogavam bola?

Por Luis Manuel Arce Isaac
Cidade do México, 11 abr (Prensa Latina) Existem muitas versões de como os olmecas e maias jogavam bola desde 2.500 a.C., e sua evolução de algo semelhante ao futebol, depois ao basquete e, ao chegar ao Caribe, ao beisebol.

Para alegria dos arqueólogos do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) do México, eles acabam de descobrir na Zona Arqueológica de Chichén Itzá, um marcador de pedra do Jogo de Bola que, surpreendentemente, preserva seu texto glífico completo em baixo-relevo, com uma faixa envolvendo dois personagens vestidos de jogadores.

O disco tem 32,5 centímetros de diâmetro, 9,5 centímetros de espessura e pesa 40 quilos, e foi encontrado durante trabalhos arqueológicos do Programa de Melhoramento de Zonas Arqueológicas do Ministério da Cultura.

De acordo com Mark Cartwright para a World History Encyclopedia, a superfície plana do campo costumava ter três grandes marcadores de pedra circulares localizados em uma linha ao longo do campo de jogo.

Alguns desses marcadores em sítios maias, acrescenta o pesquisador, têm uma cartucho quatro folhas indicando a entrada para o submundo, o que levou à especulação de que o jogo pode ter simbolizado o movimento do sol (a bola) através do submundo (a bola). . campo) todas as noites.

A entrada para o inferno é simbolizada no jogo por um anel com um buraco no centro preso a uma das paredes da quadra, por onde eles deveriam passar a bola, como agora é feito no basquete. Esta peça recém-descoberta, denominada Disco dos Jogadores de Bola, foi encontrada pela arqueóloga Lizbeth Beatriz Mendicuti dentro do complexo arquitetônico da Casa Colorada ou Chichanchob -localizado entre o Ossuário e o Observatório-, que corresponde a um arco de acesso à área, segundo disse.

A alegria dos arqueólogos é que naquele sítio maia é raro encontrar escrita hieroglífica, muito menos um texto completo, e este disco em particular deve ter servido de marcador para um jogo muito importante, embora seja um campo bem menor do que o Grande Jogo de Bola de Chichén Itzá.

Pertence ao período Clássico Terminal ou Pós-Clássico Inicial, entre o final dos anos 800 e o início dos anos 900 atuais. Seus dados estão mais próximos do que outros de seu tipo encontrados.

Foi descoberto a apenas 58 centímetros da superfície e é formado por rochas de origem sedimentar, explica o especialista.

A faixa glífica, presente na face frontal, mede aproximadamente seis centímetros de largura, que envolve um registro interior iconográfico de 20 centímetros de diâmetro e identifica dois personagens vestidos de jogadores, em pé diante de uma bola.

O Jogo de Bola é característico das sociedades mesoamericanas e seu conceito ia além do esporte porque era um ritual cerimonial que, além das apostas que suscitava, poderia se tornar uma competição para definir o jogador ou o grupo (perdedor), que seria sacrificado aos deuses.

Do ponto de vista arquitetônico, algumas quadras (existem várias dezenas em toda a zona mesoamericana, não apenas no México) apresentam um fenômeno acústico único no campo de jogo: a voz viaja de ponta a ponta da quadra porque o som reverbera ao longo as paredes do templo norte.

Graças a representações pictóricas e monumentos de pedra, os jogos de bola foram reproduzidos com grande certeza, mas poucas de suas regras, como a de que a bola só poderia ser lançada uma vez com a mão e a partir de então só poderia fazer contato com os quadris, coxas e ombros.

A bola pesava de três a cinco quilos, era feita de resina maciça de seringueira e os jogadores usavam protetores para tentar evitar que seus ossos quebrassem quando ela era projetada contra o corpo como uma bala de canhão, ou lançada ao ar com a coxa ou o quadril a oito metros de altura para enterrá-lo no arco.

Ainda não se sabe como eles conseguiram aumentar tanto sem usar as mãos, nem o sistema de pontuação para determinar o vencedor. Confirma-se que o perdedor pode morrer e que a aposta existiu.

O INAH estima que, de acordo com as informações do Popol Vuh (Livro da Comunidade com narrativas míticas, lendárias e históricas dos K’iche’ ou Quiché, povo guatemalteco), pode-se inferir que a partida poderia ser disputada um a um um, em pares ou em equipamentos, qualquer um deles com risco de vida.

mem/lma/hb

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