Loncon denunciou que a comissão de peritos, encarregada de redigir o anteprojeto da nova lei fundamental, não contempla a participação das comunidades nativas.
“Eles nos marginalizaram como nos piores dias do apartheid na África do Sul”, disse ele.
Para o acadêmico mapuche, uma democracia do século XXI não pode ser pensada sem levar em conta os povos indígenas e o reconhecimento de seus direitos culturais, territoriais, de autonomia e autodeterminação. Loncon é um dos coautores do livro “De Triunfos e Derrotas: Narrativas Críticas para o Chile Atual”, onde as causas da rejeição no plebiscito de 4 de setembro de uma proposta de Constituição elaborada por uma convenção conjunta e democraticamente eleita são analisados.
O processo recomeçou recentemente com a instalação da comissão de especialistas encarregada de redigir uma carta magna, que será entregue ao Conselho Constitucional de 50 membros que será eleito no 7 de maio.
Apenas dois representantes indígenas foram indicados para este último órgão, contrariando o processo anterior que reservava 17 cadeiras para essas comunidades.
No censo de 2017, mais de dois milhões 185 mil pessoas se declararam indígenas e os mais numerosos são os Mapuche, seguidos pelos Aymara, Diaguita, Atacamenho ou Lickanantay, Quechua, Rapanui, Colla, Kawésqar, Chango e Yagán.
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