A equipe de cientistas responsável pela pesquisa espera que sua descoberta possa levar a melhores medidas preventivas contra o vírus da dengue, disse o chefe do grupo, o especialista americano Mariano García-Blanco.
Essa é mais uma evidência que ajuda a entender a facilidade de transmissão desse vírus, que afeta cerca de 390 milhões de pessoas por ano e causa a morte de 21 mil, segundo dados de órgãos públicos de saúde.
Garcia-Blanco, especialista em biologia e virologia, explicou a descoberta de moléculas de ácido ribonucléico (RNA) produzidas pelo vírus na saliva de mosquitos fêmeas infectados pela dengue e como funciona o mecanismo de transmissão.
Ao introduzir esse RNA no local da picada, a saliva infectada pela dengue abre caminho para uma infecção eficiente e dá ao vírus uma vantagem na primeira batalha entre ele e nossas defesas imunológicas, descreveu ele no texto científico publicado.
As gotículas de ácido ribonucléico que o mosquito deposita na pele da pessoa inibem o sistema de imunidade inata, o primeiro alarme de que algo estranho está invadindo, acrescentou García-Blanco no artigo.
É notável como esses vírus são inteligentes, enfatizou ele, subvertendo a biologia do mosquito para suprimir as respostas imunes humanas para que a infecção possa se estabelecer.
mem/crc/ls