A afirmação foi corroborada pela Pesquisa Nacional sobre Uso do Tempo e Trabalho Não Remunerado, realizada pelo Instituto Nacional da Mulher (Inmujeres) do Ministério de Desenvolvimento Social (Mides), em conjunto com o INE.

Também participaram o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e a ONU Mulheres Uruguai, todos envolvidos no desenvolvimento de uma ferramenta para tornar visível o trabalho que as mulheres realizam sem receber nenhuma remuneração, independentemente de estarem ou não inseridas no mercado de trabalho.

A primeira informação que se destaca na pesquisa é que a distribuição percentual da carga de trabalho por sexo permaneceu inalterada desde 2013.

As mulheres realizam 54,8% do trabalho e os homens, 45,2%, de acordo com a pesquisa.

Para a especialista Soledad Salvador, esses números são uma “decepção” porque mostram que, embora tenha havido campanhas para mudar estereótipos, corresponsabilidade no cuidado e políticas públicas, como o Sistema Nacional de Cuidados, “é difícil transformar e redistribuir a carga”.

Foi o que ela disse ao jornal Caras y Careta, e propôs a criação de políticas no mercado de trabalho e o discernimento dos estratos em que as lacunas estão fechadas ou não.

Mas, de acordo com os números publicados, metade do trabalho realizado pelas mulheres está fora do mercado e, portanto, não é contado ou registrado de maneira formal.

Dois terços do trabalho não remunerado são feitos por mulheres, enquanto apenas um terço é feito por homens, observa o estudo.

As mulheres trabalham, em média, sete horas a menos no trabalho remunerado do que os homens.

As mulheres gastam 10 horas a mais por semana em trabalho doméstico e quase cinco horas a mais em trabalho de cuidado do que os homens, acrescenta.

O estudo também conclui que as horas gastas cuidando de crianças de zero a três anos são duas vezes mais longas do que as de seus colegas homens.

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