Buarque ganhou em 2019 o Camões, principal prêmio de literatura em língua portuguesa, por sua obra, uma espécie de Prêmio Cervantes em espanhol.
No entanto, o presidente derrotado Jair Bolsonaro não assinou a nomeação.
Na ocasião, aos questionamentos da imprensa, o ex-militar respondeu: “Tenho prazo? Até 31 de dezembro de 2026 eu assino.” Possível referência à sua reeleição que não ocorreu. Seu mandato expirava em 2022 e, caso tivesse sido reeleito, seria até dezembro de 2026.
Diante de tal afirmação, o autor de “O que será” postou em sua conta na rede social Instagram, junto com uma foto sua: “Esse Bolsonaro não assinar o diploma é um segundo Prêmio Camões para mim”.
A cerimônia desta segunda-feira será na sala da capital no Palácio de Queluz.
Criado em 1988, o Prémio Camões visa reconhecer um autor de língua portuguesa que tenha “contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural” da língua portuguesa.
A Ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes, considerou que a entrega da distinção simboliza o regresso aos valores democráticos no Brasil, lembrando que Buarque é “um artista que sempre esteve envolvido e se colocou na luta pela democracia” e contra a ditadura (1964-1985), através de suas obras.
A editora Clara Capitán, do grupo Penguim Random House Portugal, que edita a obra do prestigiado artista, ponderou ainda que a entrega do prémio “após anos de espera, significa que o Brasil voltou a viver um tempo de democracia e esperança”.
Lula chegou a Portugal na sexta-feira passada e no dia seguinte reuniu-se com o seu homólogo português, Marcelo Rebelo, e depois com o primeiro-ministro, António Costa.
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