O debate no órgão da ONU ocorre um dia depois que outra série de episódios letais foi relatada, incluindo o linchamento na capital Porto Príncipe de 13 pessoas que foram apontadas como supostos criminosos.
De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), os confrontos entre gangues rivais somente na comuna de Cité Soleil, na capital, deixaram pelo menos 70 pessoas mortas de 14 a 19 de abril, incluindo 18 mulheres e duas crianças.
Em um relatório recente, o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que “com o alto número de mortes e o aumento das áreas sob o controle de gangues armadas, a insegurança na capital atingiu níveis comparáveis aos de países em conflito armado”.
O Haiti está sofrendo “uma das piores crises de direitos humanos em décadas e uma grave emergência humanitária”, disse Guterres, que reiterou “a necessidade urgente de enviar uma força armada internacional especializada” para o país.
Em outubro passado, o governo haitiano solicitou o envio de tropas internacionais para controlar os grupos armados que estavam paralisando a distribuição de combustível e cujos confrontos causaram a morte de milhares de civis e o deslocamento de centenas de milhares de pessoas em 2022.
As múltiplas crises no país se intensificaram após o assassinato do presidente Jovenel Moïse em 7 de julho de 2021. A crise no Haiti é uma crise de segurança nacional, reconheceu hoje o primeiro-ministro Ariel Henry durante uma visita às Forças Armadas e conclamou o exército a combater as gangues junto com a polícia.
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