Foi em 2010 que os países membros da UIT, organismo ligado à ONU, decidiram criar este aniversário, fruto da enorme fissura de género que se tem evidenciado ao longo dos anos nas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).
Nos últimos anos, diminuiu o número de mulheres que decidem estudar e se dedicar à computação e à tecnologia, o que em um mundo tão digitalizado como o de hoje ainda é estranho.
A lacuna é maior quando se trata de geração de conteúdo, desenvolvimento de páginas da web, criação de software, aplicativos e outros elementos digitais, áreas nas quais os homens têm muito mais presença do que as mulheres.
Os especialistas destacam três razões pelas quais há tão poucas mulheres no mundo da tecnologia, a falsa crença de que meninas e mulheres não possuem as habilidades necessárias e a percepção de que são melhores em termos de habilidades sociais e piores em tecnologia.
Por último, mas não menos importante, estão as desvantagens educacionais, um problema que está arraigado em países economicamente deprimidos ou em setores sociais menos favorecidos, onde os meninos têm a oportunidade de estudar em detrimento das meninas.
De acordo com os números atuais divulgados pela UIT, cerca de 48% das mulheres usam a Internet em todo o mundo, em comparação com 55% dos homens. Isso se traduz em uma diferença de gênero de 12,5%.
De acordo com dados do Fórum Econômico Mundial, apenas 6% dos executivos seniores da indústria de tecnologia são mulheres, enquanto apenas 19% dos cargos nos conselhos de todas as empresas em todo o mundo são ocupados por mulheres.
No mundo da tecnologia, como em muitas outras indústrias, as mulheres normalmente ganham 20% menos salário do que seus colegas do sexo masculino em uma posição semelhante.
Por isso, para além de um problema de gênero, a razão fundamental para a criação deste Dia Internacional das Meninas nas TICs é que a falta de mulheres com habilidades para o uso e desenvolvimento da tecnologia da informação resulta em um grave decréscimo no desenvolvimento econômico e social de países.
Se a população feminina, que também é a maioria, não possui as habilidades ou conhecimentos necessários para realizar esse tipo de tarefa, nem está envolvida no desenvolvimento de novos elementos que possam gerar progresso nessa área, o mundo está chamado à estagnação.
Este ano o lema do dia é Competências digitais para a vida, com o objetivo de que os menores e as jovens adquiram competências para se tornarem utilizadores das novas tecnologias e criadores no mundo digital.
Para isso, é fundamental que prosperem nas carreiras de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, e assim promovam neles o desenvolvimento de competências informáticas e tecnológicas para uma maior participação nos espaços digitais, nas carreiras universitárias e nas áreas relacionadas com as tecnologias de informação.
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