Além de assinar importantes acordos com Portugal e Espanha, e visitar a China previamente, o dignitário brasileiro não hesitou em apontar seu antecessor Jair Bolsonaro em uma entrevista ao jornal El País.
“Estamos convencidos de que tudo foi organizado por Bolsonaro e sua equipe (em referência ao golpe fracassado). Ele foi acusado de 34 crimes e será acusado de mais, especialmente de processos internacionais”, disse Lula.
Também enfatizou que se tratava de um plano de golpe frustrado liderado pelo líder de extrema direita, executado por seus apoiadores em Brasília em 8 de janeiro.
Não tenho dúvidas de que ele tentou dar um golpe de Estado. Isso ia acontecer desde o primeiro dia da minha posse, mas como havia muitas pessoas, ele esperou uma semana”, disse o chefe de Estado do gigante sul-americano.
Durante sua estada em Madri, Lula se reuniu com o primeiro-ministro Pedro Sánchez, o rei Felipe VI e os vice-presidentes do governo espanhol, além de conversar com vários empresários.
Também estamos procurando por aqueles que financiaram, aqueles que pagaram, por exemplo, pelos ônibus em que eles vieram”, disse ele.
No dia anterior, Bolsonaro depôs na quarta-feira perante a Polícia Federal em Brasília e se defendeu explicando que publicou “acidentalmente” um vídeo questionando a legitimidade das eleições presidenciais de 2022, atitude muito semelhante à de Donald Trump nos Estados Unidos.
Ontem, os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e da Espanha, José Manuel Albares, saudaram a disposição mútua de promover um acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE), de trabalhar pelo diálogo na Venezuela e de buscar soluções para a paz na Ucrânia.
“Em breve, admitiremos a Bolívia no Mercosul e faremos todos os esforços para incluir a Venezuela no acordo durante a presidência pro tempore que o Brasil assume no segundo semestre de 2023”, anunciou Vieira.
A Espanha é totalmente favorável ao progresso e à ratificação desse acordo, que é mutuamente benéfico para a UE e o Mercosul, disse Albares.
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