Este crime é “o resultado de uma política de negligência médica deliberada, praticada sistematicamente pelas autoridades de ocupação israelenses”, denunciou Saeed Abu Ali, subsecretário-geral para Assuntos Palestinos e Territórios Árabes Ocupados daquela instituição regional.
Abu Ali alertou para as repercussões da morte de Adnan, líder da Jihad Islâmica Palestina.
“Mais uma vez, aquele país demonstrou total desrespeito às leis internacionais e à carta das Nações Unidas”, enfatizou.
O responsável também criticou o silêncio da comunidade internacional, dizendo que encoraja “a ocupação a continuar esta abordagem penal”.
A Sociedade de Prisioneiros Palestinos (PPS) especificou em um comunicado que o detido de 44 anos foi encontrado ontem inconsciente em sua cela e levado para o hospital onde foi declarado morto.
Adnan, pai de nove filhos, foi preso 12 vezes durante sua vida e entrou em greve várias vezes em protesto contra suas prisões, enfatizou o PPS.
Um médico do grupo Médicos pelos Direitos Humanos de Israel visitou o preso esta semana e alertou que ele “enfrenta uma morte iminente” depois de exigir sua transferência para um hospital.
Após a divulgação da notícia, o primeiro-ministro palestino Mohammad Shtayyeh acusou Israel de assassinato.
“A ocupação israelense e sua administração prisional realizaram um assassinato deliberado contra o prisioneiro Khader Adnan, recusando seu pedido de libertação, negligenciando-o clinicamente e mantendo-o em sua cela apesar da gravidade de sua saúde”, denunciou.
Por sua vez, o secretário-geral do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina, Hussein Al-Sheikh, culpou Israel pela morte.
Entretanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros e dos Expatriados apelou ao Tribunal Penal Internacional para juntar este caso à investigação por crimes de guerra cometidos por aquele país nos territórios ocupados.
Segundo dados oficiais, pelo menos 236 palestinos morreram nas prisões israelenses desde a ocupação da Faixa de Gaza e da Cisjordânia em 1967.
oda/rob/cm