Cinco parlamentares dos nove que compõem a mesa legislativa se manifestaram contra o texto, elaborado por uma equipe de assessores da Assembleia e que nega a existência de provas para processar o presidente.
Não estou satisfeito com este projeto de relatório, disse o parlamentar Roberto Cuero, da União pela Esperança (UNES), acrescentando que nem ele nem seus colegas estão “com capacidade para fazer prova de peculato”.
A também integrante da bancada da UNES, Gabriela Molina, garantiu que ficou comprovada a responsabilidade política do governante.
“Ele sabia da corrupção na estatal Flota Petrolera Ecuatoriana (Flopec) e autorizou a prorrogação do contrato”, afirmou.
Outro membro dessa força política, o legislador Comps Córdova, propôs modificar o projeto e incorporar algumas observações, mas o chefe da Comissão, Fernando Villavicencio, se opôs a colocar essa sugestão em votação e imediatamente encerrou a sessão.
A reunião deste sábado começou pouco depois das 10h (horário local) e durou mais de seis horas, quatro delas dedicadas à leitura do documento de quase 300 páginas.
Ainda que a Comissão não tenha aprovado esse texto, o processo contra o presidente seguirá no plenário da Assembleia, explicou a deputada Viviana Veloz, uma das proponentes do julgamento político.
Em declarações à imprensa no final da sessão, o legislador esclareceu que o relatório não é vinculativo. Comentou que, como os aliados do chefe do Executivo não têm votos para salvá-lo, recorrem à “legislação”. Agora cabe ao chefe da Assembleia, Virgilio Saquicela, convocar todos os membros do Legislativo para discutir o tema “pelo bem do Equador e da democracia”, disse Veloz.
O presidente Lasso é acusado de saber das irregularidades em um contrato de transporte de petróleo bruto entre a Flopec e a Amazonas Tanker e, apesar de ser prejudicial ao Estado, nada fez para suspendê-lo.De acordo com o cronograma estabelecido para esses casos, a votação final sobre o futuro da máxima autoridade do país pode ocorrer na segunda quinzena de maio.
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