“Comunicamos o falecimento de Rita Lee, em sua residência, em São Paulo, capital, no final da noite de ontem, cercada de todo o carinho de sua família, como ela sempre desejou”, divulgou a família da artista, que fez tratamentos contra a doença, por meio de um comunicado nas redes sociais.
O portal G1 afirma que Lee ajudou a incorporar a revolução do rock na explosão criativa do Tropicalismo, formou a banda de rock brasileira mais conceituada do mundo, os Mutantes, e criou canções em sua carreira solo com enorme apelo popular sem perder a liberdade e a irreverência.
Sempre moderna, ela foi referência de criatividade e independência feminina em seus quase 60 anos de carreira.
O título de “rainha do rock brasileiro” surgiu quase naturalmente, mas ela achou brega e preferiu o apelido de “padroeira da liberdade”.
Rita Lee Jones nasceu em São Paulo em 31 de dezembro de 1947. Seu pai, Charles Jones, era dentista e filho de imigrantes norte-americanos. Sua mãe, a italiana Romilda Padula, era pianista, e incentivou a filha a estudar o instrumento e cantar com as irmãs.
Aos 16 anos, a jovem integrou um trio vocal feminino, as Teenage Singers, e fazia apresentações em festas escolares.
O cantor e produtor Tony Campello descobriu os intérpretes e os chamou para participar das gravações como suporte vocal.
Mais tarde, em 1964, Lee se juntou a um grupo de rock chamado Six Sided Rockers que, após algumas mudanças de formação e nome, deu origem aos Mutantes em 1966. Inicialmente era formado por Rita, Arnaldo Baptista e Sérgio Días.
O site indica que o grupo foi fundamental no Tropicalismo, ao unir a psicodelia aos ritmos locais, e se tornaram o grupo brasileiro mais reconhecido entre os roqueiros do mundo, idolatrados por Kurt Cobain, David Byrne, Jack White, Beck e outros.
Os Mutantes participou do álbum “Tropicalia ou Panis et Circencis” de 1968, a gravação seminal do movimento.
O fim da relação com Baptista coincidiu com a saída de Lee. O primeiro álbum solo foi “Build up”, antes de deixar a banda em 1970. Também lançou “Hoje é o primeiro dia do resto da sua vida”, em 1972, ainda gravado com o grupo.
A partir de 1979, ela começou a trabalhar em colaboração com o marido Roberto de Carvalho, e foi contratada de tempos em tempos em carreira solo. Ela escreveu e gravou canções pop-rock com grande sucesso.
Um dos discos de maior sucesso foi “Rita Lee” de 1979, com “Mania de Você”, “Chega mais” e “Doce Vampiro”.
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