Uma nota divulgada esta terça-feira no site oficial da Presidência do Conselho de Ministros refere que outros responsáveis participaram nestas reuniões, realizadas na Câmara dos Deputados, entre os quais os vice-primeiros-ministros Antonio Tajani e Matteo Salvini, chefes dos Negócios Estrangeiros e dos Transportes, respectivamente.
Em declarações divulgadas na última segunda-feira, poucas horas após os contatos, Meloni anunciou que o objetivo das reformas constitucionais promovidas por seu governo é “garantir a estabilidade e a governabilidade do país”.
Nos contatos desta tarde com líderes da oposição, de esquerda e de centro, o chefe do Governo apresentou-lhes algumas reformas, entre as quais a eleição direta do Presidente da República, chefe de Estado, que atualmente é aprovado por votação no Parlamento, de sete em sete anos , uma das questões mais controversas.
Outro dos objetivos fundamentais, em que há maior concordância entre as forças políticas, é fazer mudanças no atual sistema para evitar a fácil e frequente queda de governos por perda de maioria no Parlamento, que em oito décadas provocou a existência de 68 administrações nesta nação europeia.
O líder do Movimento 5 Estrelas (M5S), de esquerda, Giuseppe Conte, disse ao presidente do Conselho de Ministros que há acordo sobre o problema da instabilidade executiva e “temos plena consciência de que este é um problema que temos de resolver, pois bem como garantir ao Parlamento um maior percurso funcional”.
No entanto, segundo uma reportagem divulgada pelo jornal Avvenire, Conte afirmou que para o seu partido são inadmissíveis as propostas relativas à implementação do presidencialismo e à criação oficial do cargo de primeiro-ministro.
Carlo Calenda, presidente do partido centrista Ação, também se opôs a alterações à eleição do Presidente da República, mas disse estar disposto a pensar na criação do cargo de primeiro-ministro.
“Compartilhamos a necessidade de maior estabilidade do governo, de maior eficiência do aparato do Estado, não apenas do governo central”, disse Calenda na reunião.
No entanto, o político sublinhou no encontro que o Presidente “é uma figura de garantia, de unidade nacional, na Constituição”, pelo que “não pode ser tocado”, acrescentou a fonte.
Pouco antes de seu encontro com o presidente, a líder do Partido Democrata, Elly Schlein, expressou sua preocupação de que o debate sobre possíveis reformas constitucionais “desviem a atenção de questões que afetam o povo e as necessidades do país, como trabalho, saúde, e o Plano Nacional de Recuperação e Resiliência”.
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