Na sua conta do Twitter, o Presidente descreveu Núñez Rodríguez como um amigo querido que faz 100 anos e que não há como recordar sem sorrir.
Resumiu o seu optimismo cubano e o seu compromisso com a Revolução numa frase: “Tanta gente boa não pode estar errada”. Que toda a Cuba celebre a sua alegria, que lhe sobrevive, disse.
Originário de Quemado de Güines, na província de Villa Clara, Núñez Rodríguez começou por trabalhar em vários empregos até descobrir a sua paixão pela literatura, uma profissão que o catapultou para se tornar um contador de histórias por excelência na ilha do Caribe.
Nos anos 40, vendeu a sua bicicleta para se mudar para Havana, onde se tornou colunista de humor social e político nos jornais Siempre, Pueblo e ZigZag.
Esta história de vida deu origem a um dos seus livros em 1989.
Lembrado pelo seu autêntico sentido de humor, o jornalista também prestigiou com a sua pena a colecção do melhor teatro vernáculo cubano, sendo de destacar as suas peças Dios te salve comisario, Voy abajo, El bravo, La sirvienta e Sí, señor juez.
Desta capacidade de fazer rir nasceram as suas crónicas dominicais publicadas no jornal Juventud Rebelde, secção que manteve durante anos e com a qual ganhou grande popularidade devido ao seu engenho em reflectir a realidade cubana.
A sua incursão na televisão com a série El mambisito e a telenovela inspirada na vida do médico e cientista cubano Carlos Juan Finlay, paradigma do audiovisual e da mistura de ficção e realidade, continua a ser recordada.
Oye como lo cogieron, Yo vendí mi bicicleta, Mi vida al desnudo, Gente que yo quise, El vecino de los bajos e Martí y el Humor são algumas das obras literárias deste autor, símbolo da cultura e da identidade nacionais.
Pelas suas contribuições para o mundo da literatura, recebeu numerosos prémios, incluindo três Prémios Nacionais, o Prémio de Jornalismo José Martí em 2001, o Prémio de Humor no mesmo ano e o Prémio de Rádio em 2002.
A sua obra fértil reflecte o seu aforismo: o humor serve para contar as maiores verdades do mundo, para fazer rir sem ofender e sobretudo para criticar sem vulgaridade.
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