Em seu discurso no debate do 216º Conselho Executivo da organização multilateral, ele alertou sobre a importância de enfrentar esses e outros desafios, incluindo as divisões digitais e tecnológicas, mesmo com a profunda preocupação com a complexa crise global gerada pela ordem econômica injusta vigente.
Diante dessa realidade, os problemas estruturais parecem ser ignorados e, sem serem resolvidos, estão desaparecendo do centro do debate internacional e de nossas agendas comuns, insistiu ele nessa capital.
De acordo com o diplomata cubano, as dificuldades do planeta são agravadas pela natureza sistêmica da crise e suas dimensões climáticas, energéticas, de saúde, alimentares e econômicas.
Vemos esse cenário, que tem um impacto imensurável sobre os países em desenvolvimento, desencadeando uma escalada de tensões geopolíticas, disse ele ao fórum.
Esquivel explicou na Unesco que Cuba considera que a saída para um panorama tão desafiador é priorizar a solidariedade e a cooperação internacional, uma visão que está promovendo desde sua presidência pro tempore este ano do Grupo dos 77 mais a China.
Também exigiu o fim das medidas coercitivas unilaterais com aplicação extraterritorial sofridas pelas nações do sul, incluindo o bloqueio imposto pelos Estados Unidos à maior das Antilhas, políticas que ele considerou incompatíveis com a resposta necessária para superar a crise global.
Desta maneira, abordou o padrão desigual de recuperação pós-Covid-19 que afeta os países do Sul e o papel que a Unesco deve desempenhar para reverter esse quadro.
O embaixador ilustrou o que pode ser feito em termos de solidariedade e cooperação, sustentado pelos valores e princípios da Unesco, com os compromissos assumidos pelos membros do Grupo dos 77 mais a China em suas reuniões de ministros da educação e da cultura, sediadas em Havana em fevereiro e neste mês, respectivamente.
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