Washington, 20 Mai (Prensa Latina) Hoje, 10 dias depois de os Estados Unidos ficarem sem dinheiro para honrar seus compromissos, segundo estimativa do Departamento do Tesouro, as negociações para elevar o teto da dívida federal estão paralisadas.
Isso fica claro tanto nas declarações do principal negociador republicano, Garret Graves, que disse que o governo Joe Biden estava fazendo pedidos “irrazoáveis”, quanto nas da Casa Branca, após uma reunião a portas fechadas realizada no dia antes sobre o assunto.
“É hora de fazer uma pausa porque não é produtivo. Até que as pessoas estejam dispostas a ter conversas difíceis sobre seguir em frente e fazer a coisa certa, não vamos sentar aqui e conversar sozinhos”, disse o conservador.
“Não há dúvida de que temos sérias diferenças”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, referindo-se às discussões.
Se o teto da dívida não for elevado de seu limite atual de 31,4 trilhões (um milhão de milhões), o país poderá suspender os pagamentos da previdência social e dos salários de seus servidores federais, além do estrago que causaria na economia global, afetando preços e taxas de hipotecas em outros países.
Patrick McHenry, um republicano da Carolina do Norte que está envolvido nas negociações, disse ao Wall Street Journal que as negociações estavam “em um impasse”.
“Estamos em um momento muito ruim”, disse ele.
Tanto o presidente Biden quanto o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, estão sob pressão de seus respectivos partidos para não ceder ao partido adversário.
Dezenas de progressistas da Câmara dos Deputados, por exemplo, enviaram ontem uma carta ao presidente da nação onde garantem que não votarão por um “mau acordo” sobre o teto da dívida, e instaram-no a invocar a 14ª Emenda à Constituição.
A carta foi assinada por 66 democratas daquele corpo legislativo liderado pela presidente da bancada progressista Pramila Jayapal e pelos deputados Ilhan Omar e Greg Casar, que pediram para não ceder às tentativas republicanas de “cortar programas federais essenciais que ajudam milhões de americanos”.
A seção 4 da 14ª Emenda a que se referem os congressistas estipula que “a validade da dívida pública dos Estados Unidos, autorizada por lei, incluindo as dívidas contraídas para o pagamento de pensões e gratificações por serviços prestados na repressão à insurreição ou rebelião, não será questionado”.
No entanto, esta opção também recebe objeções.
A Câmara de Comércio, o maior grupo empresarial do país, também alertou ontem o presidente Biden sobre os efeitos econômicos potencialmente desastrosos de invocar o referido postulado para evitar que o país deixe de pagar suas dívidas.
Tentar invocar os chamados “poderes” sob a Emenda 14 seria tão calamitoso financeiramente quanto um calote causado por não levantar o limite da dívida em tempo hábil, escreveu Neil Bradley, diretor de Política e Advocacia Estratégica dessa associação.
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