Um relatório divulgado esta quinta-feira pela Associação Italiana de Administradores de Aeroportos (Assaeroporti) indica também que no primeiro trimestre deste ano esse número ascendeu a 52,3 milhões de pessoas, 97,6 por cento do número apurado no mesmo período há quatro anos, antes da pandemia de Covid-19.
Nesse sentido, Asseroporti considera provável que o setor se recupere totalmente em 2023, com novo recorde de passageiros, mesmo em meio a uma situação complexa e incerta, segundo observadores, após a compra pela companhia aérea alemã Luthansa de 40,0 por cento da companhia aérea italiana ITA Airways.
No dia 25 de maio soube-se que o grupo alemão chegou finalmente a um acordo com o Ministério da Economia italiano, após quatro anos de negociações, e vai contribuir com 325 milhões de euros para a aquisição, através de um aumento de capital.
Este acordo, segundo Carsten Spohr, diretor executivo da Lufthansa, “levará a Itália uma situação vantajosa para todos”, uma vez que a ITA Airways “será capaz de se tornar uma companhia aérea sustentável e lucrativa”.
No entanto, Michael O’Leary, diretor-geral da companhia aérea irlandesa Ryanair, uma das principais concorrentes naquele setor, afirmou esta quinta-feira que “a Lufthansa não tem nenhum interesse real na ITA, está apenas preocupada em transformá-la numa grande ligação para o transporte de passageiros aos seus hubs em Frankfurt e Munique”.
O’Leary disse que “qualquer um poderia gerir melhor o ITA do que os governos italianos” que, segundo ele, “durante anos se mostraram extraordinariamente incompetentes”, e previu que as promessas da Lufthansa de adquiri-lo desaparecerão e os passageiros deste país “continuarão a voar graças às tarifas acessíveis da Ryanair.”
Uma parte da Autoridade Nacional de Aviação Civil de Itália sobre os passageiros que embarcaram neste país no ano passado, ou que chegaram de avião, aponta para a liderança da Ryanair, com 48,5 milhões de passageiros, seguida à distância pela EasyJet com 14,1 milhões, Wizz Air com 11,6 milhões e ITA Airways com 10,3 milhões.
Relativamente às rotas domésticas, a Ryanair transportou 14,2 milhões de pessoas, mais do dobro da ITA, que acrescentou 6,4 milhões de passageiros, especifica esta análise.
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