Lançada há alguns dias após a decisão do evento, que cedeu à pressão anti cubana, de retirar esse status simbólico da renomada intelectual da ilha, a lista de personalidades e expoentes da cultura, das artes e da política que apoiam a iniciativa, que também está aberta a outros cidadãos dispostos a apoiá-la, está crescendo diariamente.
O texto foi apresentado pela primeira vez na semana passada pelo coordenador para a França e a Europa do Movimento Mundial de Poesia, Francis Combes, e foi reproduzido nas últimas horas em um artigo do escritor e cineasta colombiano Hernando Calvo Ospina no site de debates Le Club Mediapart.
A decisão de retirar a presidência honorária de Morejón da 40ª edição do Mercado da Poesia (encontro marcado para 7 a 11 de junho na capital) nos entristece e choca, reflete o documento inicialmente assinado por “poetas, escritores, homens e mulheres de letras que vivem na França”, que se declararam envergonhados com o que aconteceu.
Combes, Calvo Ospina, Serge Pey, Jean Portante, José Muchnik, Víctor Rodríguez, Ignacio Ramonet, Yves Vargas, Philippe Tancelin, Jean Ristat, Franck Delorieux, Gérard Mordillat, Michel Ménaché, Fabienne Beaudeau, Delia Blanco, Fabien Marius, Olivier Rubens, Jean-Louis Cloët, Barbara Flamand e Charles Ducal estão entre os signatários.
Os poetas, escritores, editores, filósofos e historiadores foram acompanhados por figuras da política, da academia, de associações e do trabalho solidário na Europa, em uma longa lista que inclui, entre outros, o acadêmico Paul Estrade, o líder comunista Massimiliano Ay, o líder da Federação Mundial de Sindicatos Quim Boix, o ativista Léon Landini e o ex-deputado François-Michel Lambert.
Além da inquietação com a politização da cultura, a carta aberta também reconhece a carreira e o compromisso de Morejón, vencedora do Prêmio Nacional de Literatura de 2001 e ganhadora de várias distinções em seu país e internacionalmente. “Nancy Morejón é conhecida por alguns de nós há muitos anos. Sabemos que ela é uma verdadeira poeta, uma das grandes vozes femininas da poesia latino-americana. Mulher e negra, há anos está comprometida com a luta pela paz, contra o racismo e as desigualdades sociais, raciais e de gênero, e pela liberdade dos povos”, disse ele.
Ele também enfatiza que a poeta, ensaísta, crítica literária e tradutora nunca escondeu seu apoio à Revolução Cubana.
Em declarações à Prensa Latina, Morejón agradeceu as muitas expressões de afeto e apoio em Cuba e no mundo após a decisão do Mercado de Poesia de Paris de retirar a presidência honorária após a cruzada de setores anti cubanos.
Lamento que o ódio tenha acabado prevalecendo sobre a arte, disse ele.
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