Os 51 membros dessa entidade trabalharão a partir de um projeto elaborado por uma comissão de 24 especialistas indicados igualmente nas Câmaras de Deputados e Senadores do Congresso Nacional.
O texto desse grupo foi restringido por 12 normas, as chamadas fronteiras constitucionais, fora das quais nenhum princípio ou conceito pode ser incluído e permanecerá em vigor durante os trabalhos dos conselheiros.
Após as votações de 7 de maio, a posição privilegiada neste órgão é ocupada pelo extremista Partido Republicano, com 23 assentos, seguido pela coalizão governista, que chegou a 16 assentos, e em terceiro lugar está a aliança de direita Chile Seguro, com 11.
O 51º integrante da entidade é o representante dos povos indígenas, Alihuen Antileo, da comunidade mapuche, que deve se filiar a um dos outros blocos para ter voz nas diferentes comissões de trabalho.
Uma das muitas críticas a esse processo é que os grupos originários, que representam 12% da população total do Chile, mal têm assento na entidade encarregada de elaborar a nova lei fundamental do país.
A preponderância da extrema direita e da direita conservadora no conselho, onde juntos chegam a 34 membros, número suficiente para obter maioria qualificada, impor o veto e a liberdade de redigir o documento a seu modo, preocupa o país.
É um paradoxo, porque os republicanos se recusaram a assinar o chamado Acordo para o Chile em dezembro passado, do qual surgiu esta segunda tentativa de conseguir uma nova Constituição, e agora têm em suas mãos a possibilidade de fazê-lo como bem entenderem.
Luís Silva, o vereador mais votado daquele grupo, já deu sinais claros das suas intenções, primeiro quando disse que a maioria não tem nada a negociar com a minoria e, depois, quando manifestou a sua admiração pelo ditador Augusto Pinochet.
Essa entidade tem um prazo de cinco meses para entregar os resultados, que serão submetidos a plebiscito com votação obrigatória no dia 17 de dezembro.
Caso a aprovação seja imposta nessa ocasião, a nova Constituição deve entrar em vigor no início de 2024; Caso contrário, a Carta Magna pinochetista continuará funcionando indefinidamente.
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