“Em breve viajarei a Cuba para estrear meu documentário em duas partes, Hijos de la Revolución e Ser Revolucionarios, em homenagem ao 95º aniversário do nascimento do comandante Ernesto Che Guevara”, disse Pistelli em entrevista à Prensa Latina.
“Mas minha presença em Cuba neste momento também é uma expressão de absoluta solidariedade para com a dupla Buena Fe, a escritora Nancy Morejón e todos os criadores cubanos”, disse.
Advertiu que todas as pessoas decentes do mundo condenam o bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos contra Cuba, e enfatizou que agora é preciso multiplicar a solidariedade porque elementos a serviço de Washington pretendem proibir a presença de artistas e artistas cubanos intelectuais de outras partes do mundo.
“Em Cuba assinarei um documento no qual se expressa um pedido de apoio aos criadores cubanos neste contexto de censura e boicote no exterior por parte de elementos extremistas”, afirmou.
Pistelli reafirmou que seu apoio é total e incondicional porque a arte deve ser uma forma de união, de promoção da paz, e é criminoso utilizá-la para gerar assédio e discriminação.
Admitiu sua proximidade com Cuba pela experiência vivida na filmagem de seus documentários sobre Che Guevara, que o vinculavam intimamente à história da ilha caribenha, mas insistiu que qualquer pessoa que se considere decente “certamente assumirá uma atitude como aquele meu”.
Ele enfatizou que todo artista honesto, independentemente de ideologias políticas, deve apoiar a petição de solidariedade aberta à assinatura, pois é a única forma de dar dignidade à arte neste momento.
“Baixar a guarda agora é muito sério”, disse Pistelli, “na Europa muitas pessoas estão anestesiadas, a União Europeia vive em uma situação de guerra sem perceber.”
Lamentou que, sob a égide dos Estados Unidos, a Europa fomente a guerra na Ucrânia, deixe a diplomacia de lado, e perante esta realidade ninguém pode fechar os olhos.
Nesse sentido, em referência ao boicote, censura e proibição de músicos e escritores nos países europeus, Pistelli lembrou que essa situação é muito parecida com o que aconteceu nos primórdios do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial.
“Estamos em uma situação muito próxima de uma terceira conflagração planetária, e as pessoas devem perceber, se posicionar e apoiar tudo que vá na direção oposta para criar um mundo melhor”, concluiu.
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