Escritor e documentarista, Calvo Ospina realizou esta semana em Paris a prévia de seu mais recente documentário “The Hate Factory”, no qual faz um percurso histórico pelas campanhas de ódio e desinformação lançadas pelos Estados Unidos contra Cuba, desde a Operação Peter Bread em 1960 até para o presente.
O diretor destacou que “desde o início da Revolução, os Estados Unidos prepararam tudo para levar a cabo uma guerra psicológica, militar e terrorista contra ela”, e acrescentou que em uma ocasião perguntou a Wayne Smith “por que essa crueldade contra Cuba?” Ao que o ex-diplomata estadunidense respondeu “é que Cuba é para os Estados Unidos como a lua é para os lobos, uma obsessão”.
“Pessoalmente, acredito que esse ódio é porque a Revolução desorganizou todo o continente, do México ao Chile”, esclareceu Calvo Ospina, “e não podem tirar essa raiva, já é motivo de orgulho, e não acho que seja tem a ver com qualquer interesse econômico”, explicou.
Sobre a realização do documentário, comentou que alguns trechos onde é descrita a Operação Peter Pan “ainda me fazem chorar, porque essa raiva contra Cuba começou ali, e é que levar mais de 14.000 crianças simplesmente para prejudicar uma revolução é uma crueldade. “, considerou.
Da mesma forma, continua acontecendo nos últimos anos, “em relação às brigadas médicas cubanas, conheci muitos médicos e muitos casos que dão a volta por cima às campanhas de desinformação desencadeadas por certa imprensa contra a ajuda solidária oferecida por Cuba aos países que precisam deles”, seja devido à pandemia de Covid-19, terremotos ou qualquer outra emergência.
Em relação às campanhas de ódio difundidas na internet ou nas redes sociais, o pesquisador colombiano concentrou grande parte delas no estado da Flórida, “onde o lobby cubano tem muito dinheiro e enorme influência na hora de decidir as eleições.” Eleições presidenciais nos EUA”, explicou.
“Miami é uma cidade muito particular, as notícias são muito doentias, e essa obsessão contra Cuba está se espalhando, e a Casa Branca não pode ignorar esse assunto”, disse, mas também “isso degenerou nas redes sociais, onde há personagens que com a mais extrema vulgaridade, fazem denúncias violentas, como algumas delas aparecem no documentário, e isso lhes rende dinheiro”.
“Hoje, o que circula nas redes sociais é o ódio”, enfatizou Calvo Ospina, e por isso caberia perguntar “o que está acontecendo para que essas mensagens tenham audiência? Qualquer bobagem que esses agentes do ódio digam, mesmo que sua falsidade seja facilmente verificável, passa a ser aceita e cria opinião”, alertou.
“Alguns deles, com tremenda virulência, pedem que não se mande dinheiro, comida ou remédio para Cuba, pedem para invadir a ilha, até para matar os cubanos… cabeças”, afirmou.
Por último, considerou que estas questões não são, evidentemente, exclusivas do confronto contra Cuba, “mas que as redes sociais, a internet, produzem e amplificam este fenómeno”, pelo que considerou que “é um perigo que não deve ser ignorado, porque a maioria das pessoas já passa mais tempo na internet do que assistindo televisão.
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