Para o presidente da Associação Nacional dos Avicultores (Anavip), Luis Castroverde, a renegociação desse texto é vital e ao mesmo tempo um desafio porque significa competir com itens subsidiados e com grandes empresas, em detrimento de uma pequena produção como a do Panamá.
Ele também criticou a forma como as autoridades estadunidenses têm negado a possibilidade de encontrar fórmulas para que as exportações nacionais possam coexistir com suas importações.
Por sua vez, o presidente da Associação Nacional dos Criadores de Suínos (Anapor), Carlos Pitti, disse que com esta luta não se defendem os produtores, mas sim a economia, os empregos e a agricultura do país, que correm o risco de se perder.
“Se permitirmos que um tratado mal negociado destrua os setores produtivos, vamos ter um país sem alimentos”, alertou.
Os funcionários lembraram que a reivindicação já dura anos e que a abertura total do mercado estabelecida no esquema TPC ainda hoje é reivindicada.
Pitti reconheceu que, embora o governo conheça os problemas que cercam o acordo, é necessária a boa vontade de Washington para entender que a paz social começa com a alimentação.
A este propósito, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Augusto Valderrama, explicou que estão em conversações com as autoridades do norte do país a redução de tarifas de produtos sensíveis como carne de porco, frango, arroz e lacticínios, que representam mais de 55 por cento do produto interno bruto agrícola e “garantir a paz e a estabilidade do país”.
No entanto, o subsecretário de Agricultura dos Estados Unidos, Alexis Taylor, disse durante uma visita ao istmo que eles se concentrarão na implementação e não na renegociação do TPC com o Panamá.
“Se começarmos a olhar para essas questões muito particulares, podemos acabar desfazendo a base de todo o negócio”, disse ele.
As estatísticas do setor avícola no Panamá indicam que desde a entrada em vigor deste pacto, há 11 anos, os Estados Unidos registraram um superávit de mais de dois bilhões e 800 milhões de dólares na balança comercial geral e na balança agrícola de mais de 400 milhões de dólares.
A nação do canal mal exportou vários produtos para a nação do norte por um valor aproximado de 90 milhões de dólares.
Em março de 2022, o próprio Valderrama alertou que se os Estados Unidos não aceitassem a revisão do acordo, algumas alternativas teriam que ser encontradas e seria exportar esses produtos para outros países, aludindo à China.
O TPC entre o Panamá e os Estados Unidos também inclui disciplinas relacionadas à administração alfandegária e facilitação do comércio, obstáculos técnicos, aquisições governamentais, investimentos, telecomunicações, comércio eletrônico, direitos de propriedade intelectual e proteção trabalhista e ambiental.
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