“Já está provado que eles tentaram dar um golpe, coordenado pelo ex-presidente, que agora ele está tentando negar. Quando ele perdeu as eleições, ele se trancou em casa para estar preparando um golpe”, declarou Lula durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais.
Ele ressaltou que, se for comprovada a culpa, o oponente será julgado pelo sistema de justiça comum e todos terão a oportunidade de se defender, mas quem for culpado pagará e irá para a cadeia se tiver cometido um crime, reiterou.
“Não vamos tolerar pessoas que tentaram dar um golpe de Estado e destruir a democracia que temos no país”, observou ele.
Os apoiadores radicais de Bolsonaro receberam a ordem no dia 8 de janeiro e cerca de sete mil pessoas (vestidas com a cor amarela da bandeira) invadiram e saquearam as instalações do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto, sede do poder executivo em Brasília.
O Gabinete do Procurador Geral apresentou acusações criminais contra 1.390 pessoas por vários delitos, incluindo crimes de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado, dano agravado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de propriedade especialmente protegida.
Ainda em seu discurso na segunda edição do Conversa com o Presidente, Lula ressaltou que a União Europeia (UE) não pode ameaçar o Mercado Comum do Sul (Mercosul) para a assinatura do acordo comercial entre os dois blocos, que ele discutirá com seu colega francês, Emmanuel Macron.
“Quero discutir com Macron a questão da aprovação pelo Parlamento francês do endurecimento do acordo Mercosul-UE. A UE não pode ameaçar o Mercosul, somos parceiros estratégicos”, insistiu.
Ele disse que durante sua visita a Paris, programada para esta semana, participará de um evento público em frente à Torre Eiffel para discutir o meio ambiente com vários líderes políticos e artistas.
Em 2009, a UE e o Mercosul, uma aliança entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, assinaram o acordo após 20 anos de negociações, mas alguns países se recusaram a ratificá-lo até que o governo do então governador Bolsonaro se comprometesse com medidas ambientais, especialmente o controle do desmatamento.
Alguns líderes sul-americanos também alertam sobre o protecionismo aplicado por algumas nações do velho continente, o que dificulta o acesso do Mercosul à Europa.
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