Zanin, que foi indicado para a vaga pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não recebeu nenhuma abstenção na votação legislativa.
Nas indicações ministeriais do STF, apenas o Senado é responsável pela análise da eleição e o sorteio é feito por voto secreto. Não há votação na Câmara dos Deputados.
Tive a honra de conversar com muitos líderes, senadores e bancadas individualmente. Pude ouvir, aprender e ter a certeza de que as posições democráticas estão acima de todos os outros interesses”, disse o parlamentar de 47 anos na quarta-feira.
De acordo com as regras atuais para aposentadoria na Suprema Corte, ele poderá atuar como ministro por 28 anos, até completar 75 anos de idade.
Entre as perguntas dos parlamentares, Zanin disse que defenderá a Constituição, que o “STF não tem o papel de legislar” e que o juiz não deve atuar como protagonista.
Questionado sobre sua relação próxima com Lula, respondeu que não será subordinado “a quem quer que seja”, e que sabe a distinção entre o trabalho de um advogado e de um ministro de tribunal superior.
Na minha visão e na visão do Presidente Lula, um juiz do Supremo Tribunal Federal só pode estar subordinado à Constituição da República”, reiterou perante a Comissão de Constituição e Justiça do Senado que analisou sua aspiração.
Recentemente, Lula disse que “todos esperavam que eu nomeasse Zanin, não apenas pelo papel que ele desempenhou em minha defesa, mas simplesmente porque acredito que Zanin se tornará um grande juiz da Suprema Corte deste país”.
Afirmou conhecer suas qualidades profissionais, assim como “sou chefe de família e conheço o histórico do Zanin”, que atuou como advogado responsável pela defesa de Lula durante a desmantelada operação judicial Lava Jato, quando ganhou notoriedade nacional e internacional.
Sua atuação resultou na anulação das condenações contra o ex-sindicalista pelo STF.
Foi a partir de um processo liderado pelo jurista que a Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas reconheceu que a prisão de Lula em 2018 violou o devido processo legal e que, portanto, a proibição de participar das eleições daquele ano violou os direitos políticos do ex-líder trabalhista.
Formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo em 1999, Zanin é especialista em litígios estratégicos e decisivos, tanto corporativos quanto criminais, nacionais e transnacionais.
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