De acordo com o Palácio do Planalto (sede do Poder Executivo), os dois chefes de Estado vão abordar “os principais temas da agenda bilateral”.
Por se tratar de uma visita oficial, a expectativa é que o presidente visitante seja recebido no Congresso e no Supremo Tribunal Federal.
Este será o quinto encontro entre Lula e Fernández, desde que o ex-líder sindical assumiu o cargo.
Ambos falaram no dia 2 de maio nesta capital sobre questões comerciais bilaterais e a implementação dos acordos de cooperação assinados nos últimos meses.
Nesse sentido, existem acordos em áreas como defesa, saúde e ciência, que se inscrevem no relançamento de uma aliança estratégica entre os respectivos Estados.
Fontes oficiais confirmaram que na ocasião o fundador do Partido dos Trabalhadores propôs um modelo de crédito para empresas brasileiras que vendem produtos para importadores do país vizinho.
A visita decorreu da crise económica e financeira na Argentina, que levou aquele país a um desequilíbrio fiscal, com perda do poder de compra da população e desvalorização do peso. A esse respeito, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, declarou que há algum tempo estudam como podem fazer esse crédito à exportação “dadas as restrições que existem hoje no balanço de pagamentos da Argentina”.
Ele destacou que, nos últimos cinco anos, a falta desse tipo de mecanismo para beneficiar as exportações para o país vizinho provocou uma perda de espaço no comércio bilateral de seis bilhões de dólares, que a China ocupou ao fornecer meios alternativos de pagamento.
Ele explicou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social do Brasil tem vasta experiência em financiamento à exportação e que será fundamental nesse processo.
A convite do torneiro mecânico, ainda em maio, Fernández voltou a Brasília para um encontro com outros dirigentes sul-americanos.
Em sua primeira viagem internacional do terceiro mandato, Lula passou pela Argentina e pelo Uruguai.
Durante sua estada em Buenos Aires, manteve uma conversa bilateral com Fernández e participou em 24 de janeiro da VII Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos.
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