Cidade do Panamá, 1º jul (Prensa Latina) A Assembleia Nacional (Parlamento) do Panamá inicia hoje seu quinto e último período de sessões ordinárias com importantes leis a serem aprovadas, tensões internas e baixas expectativas da população em relação aos seus resultados.
A etapa marca também o início do último ano de mandato do Presidente da República, Laurentino Cortixo, que se dirigirá aos deputados no meio dos protestos sociais que rejeitam o aval dado a um contrato com a Minera Panamá, subsidiária da Transnacional canadense First Quatum e que o Legislativo deve avaliar na etapa.
Para alguns setores políticos, novas tensões surgirão na liderança do Parlamento, no qual Jaime Vargas desponta como novo presidente, membro da bancada do governista Partido Revolucionário Democrático, mas envolvido em divisões internas após a realização das primárias em junho 11 .
O analista político José Stoute disse ao jornal La Estrella de Panamá que neste último ano de gestão dos poderes executivo e legislativo, escândalos como a chamada “descentralização paralela” – que concede fundos públicos às comunidades – se aprofundarão, dado os desesperados para serem reeleitos.
Nesse sentido, disse, será necessário observar atentamente o orçamento que será atribuído à Assembleia para o exercício fiscal de 2024.
Stoute lembrou que também está pendente a aprovação de uma lei de confisco de bens, para combater o crime organizado e a corrupção, prejudicados por interesses em risco de atores políticos e alguns deputados.
Diante das eleições gerais de maio de 2024, o estudioso Edwin Cabrera argumentou que é evidente que a cada dia, semana e mês que passa, a capacidade de manobra do presidente Cortizo para promover as obras pendentes será menor.
Ele acrescentou que normalmente no último ano do quinquênio, a maioria dos deputados começa a selecionar quais são os temas com os quais vão avançar e quais não vão entrar em debate.
Cabrera também descreveu como uma irresponsabilidade do Executivo ter deixado passar tanto tempo e que agora a emissão do contrato com a mineradora coincide com o período eleitoral.
Enquanto o ex-deputado José Antonio Domínguez afirmou que do Executivo neste último ano de governo não espera mais do que tem feito até agora.
“É uma tolice, saber como alguém se comporta e que comete sempre os mesmos erros, pensar que vai mudar, ainda mais não no final do mandato”, afirmou.
Acrescentou que espera algo diferente da Assembleia, mas muito pior do que se viu até agora, sabendo que já é o último ano em que existe a possibilidade de os corruptos nunca mais voltarem aos cargos de deputados.
Ao redor das instalações da Assembleia Nacional, as medidas de segurança e presença policial foram reforçadas, após o anúncio de movimentos populares para se reunir em protesto contra a gestão do Legislativo e pela rejeição do contrato entre o Estado e a Minera Panamá.
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