Cidade do México, 3 jul (Prensa Latina) Amanhã é um dia crucial porque a oposição política começará a registrar candidatos à presidência do México nas eleições de 2024 em representação de um estreitando a Frente Ampla.
Após um parto forçado, a Frente ainda não se concretizou como uma aliança dos partidos Ação Nacional (PAN), Revolucionário Institucional (PRI) e Revolução Democrática (PRD) para tentar derrotar a coalizão Juntos Fazemos História, liderada por Morena .
Seus dirigentes geraram um jargão de tal magnitude que dos 14 alistados para concorrer à presidência, quatro já saíram por dúvidas no processo eletivo e na pesquisa popular que deveria ser sua base.
As condições para serem pré-candidatos lhes parecem duras, pois devem contar com o apoio de simpatizantes, militantes partidários e membros da sociedade civil, e ainda, com 150.000 assinaturas (eletrônicas) que devem ser registradas através de plataforma controlada pelos partidos que eles não explicaram seu mecanismo de verificação.
Após essas etapas virão várias outras ainda não bem definidas, como os chamados fóruns e estudos de opinião pública, em cujo desenvolvimento rolarão cabeças até restar apenas três finalistas, entre os quais surgirá o candidato presidencial que será anunciado em setembro 3. Quatro dos ungidos já foram afastados, todos proeminentes, como os legisladores Lilly Téllez (PAN), Claudia Ruiz Massieu (PRI), o empresário Gustavo de Hoyos e o membro do PRI Alejandro Murat, ex-governador de Oaxaca.
Também está claro que a pesquisa não é popular nem definitiva, já que 50% do resultado será determinado pelos líderes dos três partidos, e os outros 50 pela consulta cidadã, sem que nenhum deles tenha mecanismo de verificação.
É o principal argumento dos que renunciaram e que concordam com López Obrador quando afirma que o candidato já está eleito e tudo o mais é pura farsa.
As especulações dão origem à senadora Xóchitl Gálvez, do PAN, que, apesar de seu magro currículo político, de repente começou a aparecer nas primeiras páginas dos jornais de um calistênico de mídia fora do Palácio Nacional para exigir sua permissão para participar de uma entrevista coletiva matinal de o presidente.
Outro que ganha centímetros na telinha é Santiago Creel, também do PAN que, como presidente da Câmara dos Deputados, se encarrega de dirigir as bancadas da oposição na votação contra qualquer iniciativa enviada pelo Executivo ou proposta por Morena.
Os demais aparecem como figuras de preenchimento, na apreciação de Morena, levando em conta seus passados sombrios conhecidos dos mexicanos, como Miguel Ángel Mancera, chefe do governo da Cidade do México sob o governo de Enrique Peña Nieto que enfrentou processos judiciais por enriquecimento ilícito de que, embora estivesse preso, foi libertado.
Há nojo dentro do PRI porque tudo indica que é verdadeira a especulação de que este partido cedeu ao PAN para ser ele a escolher o candidato presidencial comum entre as suas fileiras. Outro sinal de fraqueza do PRI.
A algazarra dentro e entre os partidos, e com empresários, ex-vice-presidentes à distância como Carlos Salinas de Gortari e Felipe Calderón da Espanha, ou Vicente Fox ainda no pátio, encolhe a Frente Ampla, que pode esvaziar como aconteceu com a aliança anterior Vai para o México.
Chama a atenção que um dos que desceu do cavalo seja o empresário De Hoyos, um dos idealizadores da Frente liderada por Claudio X González, o que também sugere discrepâncias na liderança empresarial.
O que acontecerá a partir de amanhã, ou se López Obrador estiver certo em nome do ungido? A Frente será mantida? A instável aliança PAN, PRI, PRD vai durar?, são as perguntas que muitos se fazem, mesmo dentro desse aglomerado de partidos e empresários com tão pouco agente aglutinador.
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