A Bolívia, junto com outros dois países do Mercosul, tem as maiores reservas de lítio do mundo e, junto com os países amazônicos, temos grandes depósitos de terras raras”, disse o presidente no fórum realizado na cidade argentina de Iguazú, na província de Misiones.
Ele garantiu que, por esse motivo, o Estado Plurinacional propõe trabalhar em conjunto para a industrialização de “nossos recursos estratégicos, para que os lucros de sua exploração e industrialização sejam redistribuídos em benefício de nossos povos e da transição energética”.
Arce insistiu que não se permitirá que esses valiosos recursos sigam o destino de outros que foram “saqueados” para o benefício de apenas alguns, enquanto a maioria dos sul-americanos foi deixada na miséria.
Sem interferência ou pressões extra-regionais de qualquer tipo”, enfatizou o dignitário, “vamos trabalhar para que o Mercosul se torne uma verdadeira plataforma para o desenvolvimento de iniciativas regionais”.
Ele disse que essa estrutura integracionista deve promover as cadeias produtivas, a inovação e a industrialização dos recursos naturais com respeito à Mãe Terra.
Durante este ano, o governo boliviano assinou dois acordos com empresas chinesas e russas para a industrialização do lítio dos salares de Pastos Grandes e Uyuni, no departamento de Potosí, com tecnologia de extração direta e um investimento de pelo menos US$ 2,8 bilhões.
A delegação boliviana também sugeriu a redução da dependência do dólar, a diversificação das relações econômicas e o fortalecimento dos laços comerciais e financeiros entre os países do Mercosul, com o objetivo de incentivar o investimento interno e promover a colaboração na política monetária.
Nossa região é seriamente afetada pelas restrições e regulamentações impostas pelo sistema financeiro dos EUA, que limitam as opções de financiamento e as possibilidades de acesso aos mercados internacionais (…)”, disse Arce.
Ele argumentou em seu discurso que, por esse motivo, é necessário reduzir a dependência do dólar americano e “diversificar nossas relações econômicas e comerciais”.
Ele insistiu que reduzir a dependência do dólar, por meio de maior integração e cooperação regional, implica mudar os termos de troca que até agora só favorecem o país norte-americano.
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