Os latino-americanos e caribenhos têm que ser muito enérgicos sobre isso, esta reunião é importante no sentido de gerar laços inter-regionais que permitam o desenvolvimento compartilhado’, disse o diplomata em uma entrevista à Prensa Latina.

No entanto, em uma entrevista a essa agência de notícias, ele esclareceu que esses objetivos devem ser realizados com base no respeito, na autodeterminação de cada um dos países, de cada um dos tipos de governos existentes em toda a diversidade que caracteriza ambas as partes.

O continente europeu tem monarquias, principados, ducados, instituições estatais que remontam à Idade Média e também tem democracias mais modernas”, disse ele.

Trómpiz acrescentou que na área da Celac todas as nações são democracias, algumas que estão construindo o socialismo e outras que operam dentro do sistema capitalista.

Se a UE estabelece padrões para medidas democráticas e todas essas coisas”, enfatizou o embaixador, “ela deve primeiro analisar a si mesma antes de olhar para o outro lado do Atlântico”.

Referindo-se ao aumento dos ataques da mídia que coincidem com os do governo dos EUA contra Cuba, Venezuela e Nicarágua na véspera da reunião, o diplomata criticou o papel dessas publicações.

São meios de comunicação corporativos com interesses particulares que respondem aos interesses das oligarquias que perderam o controle sobre os governos populares de grande parte da América Latina e do Caribe, especialmente Cuba, Venezuela e Nicarágua”, disse ele.

Ele insistiu que eles sempre serão um foco de propaganda agressiva contra governos e povos que não se subordinam aos ditames do império do Norte.

Esses não são meios de comunicação, são instrumentos da doutrina neoliberal e capitalista contra a soberania dos países que estão construindo o socialismo e promovendo a justiça social”, concluiu o chefe da legação diplomática venezuelana na Bolívia.

Suas declarações coincidem com uma reclamação feita na segunda-feira pelo ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, sobre a falta de transparência e o comportamento manipulador da UE na preparação da 3ª Cúpula Celac-UE.

O ministro das Relações Exteriores da ilha caribenha enfatizou em um vídeo compartilhado no Twitter que essas ações comprometem seriamente o sucesso da reunião e a possibilidade de se chegar a acordos finais.

Ele indicou que há motivos para preocupação com a Terceira Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da CELAC e da UE, programada para ser realizada em 17 e 18 de julho em Bruxelas, pois estão tentando impor formatos restritivos e divisivos que impossibilitariam discussões diretas e transparentes.

Rodríguez insistiu que também há uma tentativa de ocultar o conteúdo dos debates da imprensa e da opinião pública, e que os fóruns estão sendo organizados unilateralmente em paralelo à reunião.

Ele também explicou que o lado europeu decide por conta própria quem serão os representantes da região da América Latina e do Caribe nesses eventos, um procedimento que, além de ser desrespeitoso, cria as condições para que esses fóruns se tornem teatros de ataque contra os países membros da Celac.

Resta pouco tempo, mas não é tarde demais para evitar o fracasso”, advertiu o chefe da diplomacia cubana.

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