Em comunicado “tendo em conta as opiniões geradas por alguns sectores nacionais e internacionais, bem como as campanhas de desinformação”, o Ministério Público assegurou que continuará a garantir o estrito cumprimento da Lei. Descreveu que dar seguimento à denúncia apresentada por um cidadão em
maio de 2022 relacionadas a possíveis ilegalidades na constituição do partido político Movimiento Semilla, foram coletadas evidências científicas, documentais, testemunhais e de campo.
Com isso, acrescentou, chegou-se à decisão fiscal de solicitar o controle jurisdicional para a possível prática de crimes; “ação legítima nos termos dos artigos 251 da Constituição e 251 da Lei Eleitoral e dos Partidos Políticos”.
Depois de apresentar os argumentos legais, indicou que de acordo com a resolução do Tribunal Constitucional e no quadro do respeito pelas garantias do devido processo, vai continuar com as investigações correspondentes.
Ele especificou que estes se limitam por enquanto aos eventos ocorridos durante a formação de Semilla e que seu objetivo não é “interferir na data do segundo turno eleitoral, nem desqualificar a participação de qualquer candidato no segundo turno”.
O estado de direito é protegido com respeito irrestrito à lei, observou a pasta no texto, na tentativa de apaziguar o que chamou de “campanhas de desinformação sustentadas”.
A realidade é que a decisão de suspender a personalidade jurídica de Semilla causou grande confusão em nível nacional e internacional, justamente quando o Tribunal Superior Eleitoral preparava a oficialização dos resultados.
Acresce ainda a ordem de o afastar no prazo de 48 horas da carreira política e a busca pelas forças da Procuradoria do Registo Cidadão da entidade encarregada do processo eleitoral.
Provocou uma crescente onda de críticas a tal ação, descrita como um ataque aos fundamentos básicos da democracia.
Em vários protestos nas ruas, os participantes acusaram a Procuradora-Geral da República, María Consuelo Porras, de ser “golpista” e “terrorista”, além de repudiar a atitude do chefe da Procuradoria Anticorrupção, Rafael Curruchiche .
A calma parece regressar à cena política, enquanto Sandra Torres, da Unidade Nacional de Esperança, e Bernardo Arévalo, do Movimento Semente, iniciam as suas campanhas rumo à segunda fase. lam/znc/ls