“Hoje o céu dos compositores acordou mais feliz: o João Donato foi lá tocar as suas belas melodias”, anunciaram as suas redes sociais.
Eles acrescentaram que “agora, sua alegria e seus acordes permanecem eternos em todo o universo”.
O portal G1 indica que o velório do multi-instrumentista, que enfrentou uma série de problemas de saúde, será amanhã no Theatro Municipal e o corpo será cremado no Memorial do Carmo.
Recentemente, ele teve uma infecção pulmonar, foi internado com pneumonia e permaneceu entubado.
O site informa que Donato teve uma carreira de 74 anos como músico, marcada pela criatividade e pela mistura de diversos gêneros musicais. A inovação pôde ser percebida desde cedo. Na infância, expressava a música com flautas e potes de bambu. Em seguida, recebeu de presente uma sanfona de oito baixos e, posteriormente, um instrumento maior.
Em 1945, mudou-se para o Rio com a família. Na cidade, começou a tocar em festas escolares e, em uma delas, conheceu o grupo Enamorados de la Luna e fez amizade com Lúcio Alves, Nanai e Chicão.
Quatro anos depois, ele se apresentava em jam-sessions realizadas na casa de Dick Fa rney e no Sinatra-Farney Fan Club, do qual era membro.
Iniciou sua carreira profissional em 1949, como integrante do grupo Altamiro Carrilho e Seu Regional. Dois anos depois, começou a estudar piano.
Em 1953, formou seu próprio grupo, Donato y su conjunto, e participou de Los Enamorados. No ano seguinte, formou o Trio Donato.
Mudou-se para São Paulo em 1956, onde atuou como pianista no grupo Los Copacabanas e na orquestra Luís Cesar, e gravou o primeiro longa Té danzante, produzido por Tom Jobim.
Retornou ao Rio em 1958 e passou a se dedicar ao piano. Um ano depois, viajou para o México com Nanai e Elizeth Cardoso. Em seguida, mudou-se para os Estados Unidos, onde morou por três calendários. Nesse país, apresentou-se com Carl Tjader, Johnny Martinez, Tito Puente e Mongo Santamaría.
Donato também viajou com João Gilberto pela Europa. Em 1962, voltou ao Brasil, casado com a atriz estadunidense Patricia del Sasser, e um ano depois voltou aos Estados Unidos, onde morou por uma década.
A mídia especializada indica que Bossa Nova é o termo pelo qual ficou conhecido um movimento de transformação do samba, irradiado da Zona Sul do Rio no final da década de 1950 e que, consequentemente, veio a dar nome ao estilo de tocar e dela surgiu um acompanhamento cadenciado, que ficou conhecido como “ritmo diferente”.
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