“Não há rebelião no Likud. Todos querem chegar a um acordo e há que se esforçar para isso, mas sem dar o veto ao outro lado”, afirmou a formação em comunicado, após críticas públicas de vários dos seus membros.
Em entrevista ao Canal 12, o presidente do Comitê de Relações Exteriores e Defesa do Knesset (Parlamento), Yuli Edelstein, alertou Netanyahu ontem para não contar com seu apoio automático na votação daquela iniciativa.
“A gente dormiu no volante, não tenho medo de errar. Essa história de que toda vez que tem compromisso alguém da coligação veta e ameaça, acabou”, disse.
Edelstein aludiu, assim, a diversos pactos firmados com a oposição sobre a reforma, que posteriormente foram rejeitados pelos setores mais de extrema direita da aliança no poder.
O legislador do Likud, Eli Dallal, falou em termos semelhantes, afirmando que não apoiará mais movimentos unilaterais em relação a esta proposta. Segundo o Canal 13, David Bitan, outro deputado daquela formação de direita encabeçada por Netanyahu, assumirá a mesma posição de Edelstein e Dallal.
Na semana passada, dois ministros pediram diálogo e criticaram as posições extremas sobre a reforma do Judiciário.
Pode ser necessário congelar a iniciativa para “acalmar a situação, criar confiança e fortalecer a solidariedade”, disse o responsável da Alia (migração), Ofir Sofer, em declarações à rádio Kan.
Por sua vez, o chefe da Agricultura, Avi Dichter, exortou “os sãos de ambos os lados” a debater a proposta de oposição aos “fanáticos de cada lado”. Os protestos aumentaram alguns dias atrás, após uma votação no Knesset que removeu a cláusula de razoabilidade, que permitia que os tribunais israelenses revisassem e revertessem as decisões do governo.
A medida foi aprovada com o apoio dos 64 parlamentares que compõem a bancada no poder sem votos contra porque a oposição se retirou da Câmara em protesto.
Essa iniciativa é fundamental na reforma que Netanyahu está promovendo, que também restringiria a capacidade da Suprema Corte de rejeitar leis, permitindo que o Knesset relegislasse regulamentos contestados por esse órgão.
O plano, além disso, permitiria ao Executivo de extrema direita controlar a nomeação de magistrados.
Desde o início do ano, diversos setores, de médicos, universidades a sindicatos e empresários, realizaram protestos massivos em vários pontos da geografia nacional para denunciar a iniciativa, defendida pela direita.
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