Em janeiro, os militares salvadorenhos prenderam cinco líderes da cidade de Santa Marta, departamento de Cabañas, acusados de sequestro e assassinato de uma pessoa durante o conflito armado de 34 anos atrás. Desde então, as audiências dos casos dessas pessoas foram adiadas por meses.
Na segunda-feira, o Tribunal de Primeira Instância de Sensuntepeque concedeu mais seis meses de procedimentos pré-julgamento para permitir que a Promotoria reunisse provas contra Fidel Dolores Recinos, Saúl Agustín Rivas, Teodoro Antonio Pachecho, Miguel Ángel Gámez, Pedro Antonio Rivas e Alejandro Laínez García.
Isso significa que os líderes ambientais terão de permanecer detidos até pelo menos 2 de fevereiro de 2024, apesar dos repetidos pedidos de seu advogado de defesa para que fossem concedidas medidas alternativas devido às suas delicadas condições de saúde.
Essa prorrogação é desnecessária, pois até o momento a acusação não apresentou nenhuma prova real contra os réus e é improvável que ela apresente alguma ao prolongar injustificadamente o processo, disse a defesa, que também afirmou que o adiamento da data preliminar é cruel porque “prolonga o sofrimento dos ativistas ambientais capturados”.
Algumas fontes acreditam que o caso tem o objetivo de desmembrar um dos movimentos mais relevantes do país, que no passado conseguiu enfrentar um poderoso consórcio canadense e foi fundamental para que o Congresso, em 2017, proibisse toda a mineração de metais.
Hoje, segundo os especialistas, enquanto a presidência demonstra interesse em explorar investimentos do setor de mineração de ouro, o promotor está tentando reviver um assassinato obscuro cometido durante a guerra civil para desmantelar os ambientalistas.
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