O porta-voz da direção, Amadou Abdramane, em comunicado transmitido pela televisão, informou que os acordos de cooperação em segurança e defesa com a França estavam a ser cancelados, dada a atitude daquele país face à situação interna que esta nação vive hoje.
Por outro lado, foi também anunciado um decreto que declara o fim das funções do embaixador do Níger em França, numa medida que abrange também os representantes da diplomacia dos Estados Unidos, Togo e Nigéria.
Abdramane condenou também a iniciativa de intervenção militar e o anúncio de um pacote de sanções impostas por organizações como a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), que deu à junta um ultimato até domingo para deixar o poder e restabelecer o poder ao presidente deposto, Mohamed Bazoum.
Os chefes de Estado do grupo da CEDEAO concluem esta sexta-feira um encontro na capital nigeriana, Abuja, de onde deverão sair as definições sobre uma eventual intervenção militar no Níger.
Foi também informado que uma delegação da CEDEAO, que se deslocou na véspera ao Níger para encontrar uma saída para a crise, deixou este país horas depois sem se ter encontrado com o líder dos militares golpistas, informou esta sexta-feira um dos seus membros.
Enquanto isso, o presidente deposto Bazoum solicitou, em coluna publicada no jornal Washington Post, a ajuda dos Estados Unidos e da comunidade internacional para restabelecer a ordem constitucional em seu país.
Uma junta militar denominada Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria anunciou a 26 de julho, através da televisão estatal, a destituição do Presidente Mohamed Bazoum, a suspensão das instituições, o encerramento das fronteiras e o toque de recolher.
Esta é a segunda tentativa de golpe sofrida pelo atual governo do país africano, depois que as autoridades nigerianas abortaram um atentado contra Bazoum em 31 de março de 2021, dois dias antes de sua posse.
O Níger é uma das nações mais pobres do mundo, sofrendo com os efeitos das mudanças climáticas e uma crise alimentar que afeta milhões de pessoas. Depois de Mali e Burkina Faso, é o terceiro país do Sahel mais afetado por ataques de grupos islâmicos radicais.
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